FOLHAGERAL

da redação

O presidente

 
Michel Temer esteve, esta semana, em visita à Rússia (terça e quarta-feira) e à Noruega (quinta e sexta-feira) com objetivos de assinar acordos com os governos desses países e atrair investimentos junto a investidores privados. Deixou, no território nacional, os redemoinhos políticos e judiciais nos quais está envolvido, provavelmente pensando em esperar a situação se acalmar e ver a poeira baixar.

Michel Temer


mostrou, mais uma vez, que está parado no tempo. Ele não esperava que lá longe, na Rússia e na Noruega, ninguém sabia sobre o que acontece no Brasil. Erraram. Na Rússia, o presidente Temer foi recebido no aeroporto da capital Moscou pelo vice-ministro de Relações Exteriores russo, cargo considerado de segundo escalão.

Na visita


à Noruega foi pior. Temer foi recebido no aeroporto da capital Oslo pelo chefe interino do Cerimonial do governo local, cargo considerado de terceiro escalão. Durante a visita ao país, Temer recebeu a notícia de um corte milionário na contribuição da Noruega em favor da preservação da Amazônia, porque o Brasil não está reduzindo o desmatamento.

Para piorar
os infortúnios da viagem, em uma cerimônia Temer teve que ouvir cobrança da primeira-ministra norueguesa sobre o combate à corrupção no Brasil. Por fim, na mesma cerimônia, Temer disse que se encontraria com o "rei da Suécia", quando na verdade tinha encontro marcado com o rei da Noruega, soberano do país visitado.

Falar mal

 
da viagem de Michel Temer não serve apenas para galhofar e lamentar. É importante tirarmos boas lições dela. Todos nós – empresários, políticos, executivos, servidores públicos, servidores privados e outros – precisamos ter em mente que hoje só é mal informado quem deseja ser. E que o número de bem informados é cada dia maior.

Ninguém hoje


dá crédito ao que dizem as pessoas (e seus advogados) sobre si mesmas. Se uma pessoa quer ter fama de verdadeira e honesta, tem que ser verdadeira e honesta. Não adianta se fazer de verdadeira e honesta, mas sem ser, porque as notícias correm e revelam fatos. Se Michel Temer levasse isso em conta, colheria êxitos na viagem em vez de vexames.

Nas últimas
sessões do Senado Federal, em Brasília DF, alguns senadores já demonstram saber que o povo brasileiro – além de estar se informando melhor – está acompanhando o que acontece no Senado e na Câmara Federal. E já começam a entender que a única saída para a crise brasileira é uma mudança total nas instituições, nas leis e nos comportamentos políticos.

Outra vantagem


Importante da comunicação eletrônica (ampla, eficiente e barata): ela aumenta as aspirações populares. As pessoas são estimuladas a assumir a cidadania responsável, a pagar impostor, a usufruir de bons serviços, a desfrutar de boa qualidade de vida.

Os dirigentes


públicos municipais – prefeitos, vereadores e assessores –, para atender às novas aspirações de suas comunidades, não terão como renovar as cidades dentro dos conceitos de cidades inteligentes, atrativas socialmente, com foco principal nos cidadãos. No entanto, as administrações municipais devem de imediato adotar critérios de sustentabilidade.

No nosso país,


muitas organizações já adotam providências sustentáveis que reduzem o consumo de água e energia, que evitam desperdícios de produtos e serviços. São empresas industriais, empresas de serviços, condomínios, hotéis, pousadas, supermercados, restaurantes, escolas, granjas e outras unidades. O número delas cresce exponencialmente.

A cidade


de Jales não tem grandes obstáculos para caminhar no rumo da sustentabilidade. Não tem necessidade de fazer grandes investimentos no setor de água e esgoto. A questão da reciclagem do lixo – ponto fim aos aterros sanitários – vai ser solucionada, no momento propício, provavelmente através de um projeto que vai reunir as cidades da microrregião.

No momento,


há três providências que precisam ser iniciadas com força na cidade de Jales. A revitalização das praças públicas, a restauração dos bosques e a organização da arborização em toda a cidade. Quem sabe isso possa ser incluído num projeto ligado ao turismo. É sabido que o Governo do Estado de São Paulo tem condições financeiras e técnicas para ajudar.

Por falar


em turismo, o município de Jales tem conta com muitas possibilidades de atrair visitantes, negócios e investimentos. Na área da cultura tem uma excelente Orquestra Sinfônica. Na área da saúde tem Santa Casa, Hospital de Câncer, AME, UPA, consultórios médicos e odontológicos. Na área automotiva, tem concessionárias, agências multimarcas, revendedoras de autopeças e oficinas mecânicas.

Na área rural

 
tem uma Estação Experimental da Embrapa e cerca de 700 produtores de uvas (que produzem na entressafra). O potencial de desenvolvimento da agricultura orgânica familiar, muito diversificada, pode incrementar o turismo rural e a realização de eventos turísticos.

Por certo,
Jales não é uma cidade (e município) que deva ser cuidada somente para o bem estar da população local. A qualidade dos seus empreendedores urbanos já coloca a cidade na condição de polo comercial microrregional, com viabilidade de expansão.

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