Futuro do trabalho

Reginaldo Villazón

Pesquisa por domicílios do IBGE, relativa ao primeiro trimestre de 2017, coletou dados importantes sobre a situação dos trabalhadores brasileiros nesse recente período. Vamos a alguns dados. Trabalhadores ocupados no setor privado com carteira assinada: 33,4 milhões. Trabalhadores ocupados no setor privado sem carteira assinada: 10,2 milhões. Trabalhadores ocupados por conta própria: 22,1 milhões. Trabalhadores desocupados por desemprego: 14,2 milhões.

Sem dúvida, a alta taxa de desemprego (13,7%) aumenta a quantidade de trabalhadores ocupados por conta própria e reduz a quantidade de trabalhadores ocupados no setor privado com carteira assinada. Porém, é muito expressivo número de trabalhadores ocupados por conta própria (22,1 milhões), representando 66% do número de trabalhadores ocupados no setor privado com carteira assinada. Segundo o IBGE, o segmento autônomo cresce de forma lenta e contínua.

Há uma explicação. As novas tecnologias e a globalização causam profundas alterações no trabalho. Novas estruturas, estratégias e premências modificam o cenário do trabalho. À primeira vista, tudo parece ficar complicado e sombrio. No entanto, as alterações significam desafios e oportunidades para todos. Por exemplo, hoje é comum ouvir lamentos de profissionais e empresários que precisam se atualizar com novas técnicas para melhor realização dos seus trabalhos.

Estudos indicam que o mundo do trabalho está num processo turbulento de desconstrução e reconstrução, mas nem de perto caminha para um beco sem saída. Tempos atrás, só trabalhadores maduros e providos de bons recursos deixavam de ser empregados. Hoje, trabalhadores jovens que valorizam a criatividade se tornam independentes para gerar bens e serviços por conta própria. Isto já obriga muitos empresários a tomarem providências para não perderem seus bons funcionários.

Fatores que impactam a sociedade e a economia mostram que a evolução do trabalho é imprescindível. Tais como: educação libertadora, uso progressivo de ferramentas tecnológicas, cobranças por aspirações profissionais e sociais, integração de diferentes gerações, respeito à diversidade, atenção com a sustentabilidade. À medida que a sociedade urbana adota novos padrões de consciência e comportamento, os provedores de bens e serviços devem seguir vinculados com a sociedade.

Hoje, a geração X (nascida nas décadas de 1960/70, muito tradicional) ocupa 53% da força de trabalho brasileira. A geração Y (nascida na década de 1980, habilitada em inovações) ocupa 40%. E a geração Z (nascida na década de 1990, totalmente conectada às inovações) só desponta. Esta evolução demográfica vai alterar a política, a economia, os costumes, o trabalho e tudo mais no planeta. As novas gerações cometerão erros, mas vão superar os desafios com enorme competência.

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