Região Administrativa de Ribeirão Preto cria vagas em janeiro

 
Brasil e estado de São Paulo persistem com demissões líquidas no início de 2017, aponta Boletim CEPER/FUNDACE, com base em dados do CAGED


Enquanto os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) indicam destruição de vagas pelo vigésimo segundo mês consecutivo para o Brasil e para o estado de São Paulo (dados de janeiro de 2017), o mercado de trabalho da região administrativa de Ribeirão Preto (RARP) e dos municípios de Ribeirão Preto, Sertãozinho e Franca abriram o ano com criação líquida de vagas. É o que mostra o Boletim Mercado de Trabalho do CEPER/FUNDACE.
Apesar da destruição líquida de vagas que persiste no mercado de trabalho, as regiões analisadas no boletim (com exceção do município de São José do Rio Preto) apresentaram redução do montante de vagas destruídas, embora ainda estejam distantes de apresentar resultados positivos.
Em linhas gerais, o Comércio foi o setor de pior desempenho no mês de janeiro de 2017, registrando contratações líquidas apenas no município de Sertãozinho. Um fator que pode ser considerado para este caso são as demissões pós festas de fim de ano, com o desligamento dos temporários contratados. O setor industrial foi o que apresentou o melhor desempenho neste início de ano, criando vagas em todas as regiões analisada.
A Região Administrativa de Ribeirão Preto (RARP) apresenta cenário positivo frente ao desempenho estadual e nacional, tendo fechado o primeiro mês de 2017 com a criação de 3.581 vagas líquidas, montante superior aos 1.706 postos de trabalho que já haviam sido criados em janeiro de 2016. Entre os setores, somente comércio exibiu demissões no período; indústria e construção civil exibiram os melhores desempenhos, criando 1.161 e 1.151 vagas líquidas, respectivamente.
No acumulado entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2017, foi registrada a destruição de 3.922 vagas, montante inferior aos 13.103 desligamentos nos doze meses imediatamente anteriores. “Nota-se que a região já vem mostrando recuperação do seu mercado de trabalho nos meses mais recentes”, comenta o professor e pesquisador Sérgio Sakurai, coordenador do Boletim.
O município de Ribeirão Preto, apesar de criar 32 vagas líquidas no início deste ano, teve redução no número de vagas criadas em comparação a janeiro de 2016, quando foram registrados 238 novos postos líquidos. De toda forma, nota-se a continuidade de valores positivos no mercado de trabalho do município. Entre os setores, somente o Comércio destruiu vagas no período (289 postos líquidos fechados). A Construção civil exibiu o melhor desempenho, com 175 novas vagas.
No acumulado entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2017, Ribeirão Preto registrou 3.856 demissões, montante que, apesar de negativo, é inferior aos 6.379 desligamentos registrados entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016.
Sertãozinho foi a única região analisada neste boletim em que todos os setores criaram vagas. O município encerrou janeiro com a criação de 1.623 novos postos de trabalho, um aumento de 77,77% em relação ao número de vagas criado em janeiro de 2016. A indústria e a construção civil exibiram os melhores desempenhos, com 745 e 529 vagas líquidas, respectivamente.
O saldo acumulado entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2017 é de 223 novas vagas, o que mostra uma reversão positiva das 4.334 demissões líquidas que ocorreram entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016. O município foi também a única localidade mapeada pelo CEPER a apresentar saldo de criação de vagas no acumulado dos últimos 12 meses, demonstrando reaquecimento da economia local. 
Franca criou 1.567 vagas em janeiro deste ano, resultado semelhante ao saldo positivo exibido no início de 2016. Entre os setores, somente o Comércio destruiu vagas e a indústria exibiu o melhor desempenho no período, com a criação de 1.495 vagas líquidas. O saldo acumulado entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2017 indica 661 demissões, montante que apesar de ainda negativo é consideravelmente inferior aos 5.346 desligamentos exibidos nos doze meses imediatamente anteriores.
O município de Campinas registrou saldo de 274 demissões em janeiro de 2017, montante que apesar de negativo é inferior às 892 demissões contabilizadas no mesmo mês de 2016. Este resultado é, em boa parte, explicado pelo desempenho do comércio, responsável por 632 demissões líquidas. Na outra ponta, o setor de serviços foi o que mais contratou no município (383 vagas líquidas). 
A análise do acumulado entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2017 indica redução do número de vagas destruídas quando comparado aos 12 meses imediatamente anteriores. A indústria, o comércio e a construção civil diminuíram as demissões e a agropecuária reverteu o saldo de demissões líquidas para um saldo de contratações líquidas. A exceção fica por conta do setor de serviços, que aumentou o número de vagas destruídas nos últimos 12 meses em comparação com o acumulado entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016.
Omunicípiode São José do Rio Preto completou o quarto mês consecutivo com destruição de vagas, porém com uma redução significativa na quantidade postos líquidos fechados: foram 16 em janeiro deste ano contra 579 em janeiro de 2016. Entre os setores, comércio apresentou o pior desempenho, com 163 demissões líquidas.  A Indústria foi, por outro lado, o setor que mais criou vagas no município (144 vagas líquidas).
     A análise do acumulado entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2017 indica para Rio Preto um cenário bastante distinto das demais regiões analisadas neste boletim, com maior desaceleração do mercado de trabalho neste município. Nos últimos doze meses foram registradas 4.875 demissões, montante superior ao contabilizado entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016, quando foram destruídas 3.275 vagas.
  Análise – Em termos gerais, os dados apresentados nesta edição do boletim Mercado de Trabalho sinalizam uma melhora, ainda que marginal, do mercado de trabalho nacional. Este resultado parece ser observado também no estado de São Paulo e nos municípios analisados neste boletim.
  Porém, esta recuperação deve ser vista com cautela. Conforme dados da PNAD contínua do IBGE, a taxa de desocupação registrada entre novembro de 2016 e janeiro de 2017 foi de 12,6%, uma elevação de 11,8% frente à taxa do trimestre imediatamente anterior (entre agosto e outubro de 2016) e à taxa de 9,5% registrada entre novembro de 2015 e janeiro de 2016.
  A população desocupada registrada entre novembro de 2016 e janeiro de 2017, igual a 12,9 milhões de pessoas, cresceu 7,3% (mais 879 mil pessoas) em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2016 e subiu 34,3% (mais 3,3 milhões de pessoas) comparado ao período de novembro de 2015 e janeiro de 2016.
  Por outro lado, o rendimento real habitual médio entre novembro de 2016 e janeiro de 2017 foi de R$ 2.056,00, valor que, segundo o IBGE, reflete estabilidade comparado ao valor de R$ 2.040,00 do trimestre imediatamente anterior e aos R$ 2.047,00 do trimestre de novembro de 2015 a janeiro de 2016. “Ainda que o mercado de trabalho pareça emitir sinais discretos de melhora, os próximos meses serão decisivos para indicar a força desta aparente recuperação”, conclui Sergio Sakurai.
  O Boletim Mercado de Trabalho de Março na íntegra pode ser acessado no site da Fundace através do link:  https://www.fundace.org.br/_up_ceper_boletim/ceper_201703_00276.pdf
Ceper – O Centro de Pesquisa em Economia Regional foi criado em 2012 e tem como objetivo desenvolver análises regionais sobre o desempenho econômico e administrativo regional do País. Sua criação reúne a experiência de diversos pesquisadores da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto) da Universidade de São Paulo em pesquisas relacionadas ao Desenvolvimento Econômico e Social em nível regional, a análise de Conjuntura Econômica, Financeira e Administrativa de municípios e Gestão de Organizações municipais, entre outros. A iniciativa de criação do Centro foi dos pesquisadores Rudinei Toneto Junior, Sérgio Sakurai, Luciano Nakabashi e André Lucirton Costa, todos da FEA-RP/USP. Os Boletins Ceper têm o apoio do Banco Ribeirão Preto, Stéfani Nogueira Incorporação e Construção, São Francisco Clínicas, Citröen Independance e CM Agropecuária e Participações.
Fundace – A Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) é uma instituição privada sem fins lucrativos criada em 1995 para facilitar o processo de integração entre a FEA-RP e a comunidade. Oferece cursos de pós-graduação (MBA) e extensão em diversas áreas. Também realiza projetos de pesquisa in company além do levantamento de indicadores econômicos e sociais nacionais regionais.

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