Pesquisadores estudam crianças como produtoras de conhecimento



UFSCar capacita profissionais na área de Sociologia da Infância; inscrições vão até 10 de abril
    Pesquisadores estudam crianças como produtores de conhecimento. Foto: FAI.UFSCar


Durante muitos anos, as crianças foram vistas como incapazes de influenciar a sociedade a partir do seu modo de agir. Apenas a situação inversa, ou seja, a sociedade influenciando a infância, era levada em conta. Hoje em dia, essa análise mudou e a Sociologia da Infância é o campo da ciência que avança cada vez mais na busca pela compreensão do mundo pela perspectiva da criança. Neste sentido, pesquisadores têm estudado as crianças como produtoras de conhecimento.
Porém, apesar de vários cientistas brasileiros já atuarem nessa área, há uma única pós-graduação que subsidia a formação inicial, continuada e específica de profissionais da Sociologia, da Educação e da Saúde neste sentido. Trata-se do Curso de Especialização em Sociologia da Infância oferecido pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), instituição na qual este campo do conhecimento se consolidou no Brasil.
"Conseguimos produzir algo inédito e estamos começando a dizer quem são as crianças brasileiras e do mundo", relata a professora Anete Abramowicz, do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) da UFSCar e coordenadora do curso. "É um conhecimento que parece simples, mas não é. Sabe-se muito pouco sobre as crianças do ponto de vista delas. Precisamos formar profissionais que tenham capacidade teórica e metodológica para ouvir as crianças e fazer com que essas falas possam ecoar na sociedade", defende a especialista.
O curso aborda a maneira pela qual as crianças do século XXI se relacionam e brincam com as novas tecnologias produzidas pela indústria do entretenimento, ao mesmo tempo em que trabalha temas clássicos, como mortalidade e trabalho infantil. A questão racial na infância também é tratada com base em indicadores sociais, buscando responder a perguntas como o que é ser negro no Brasil e como as crianças são subjetivadas a partir de sua raça.
As crianças indígenas, o estudo de bebês, a história da infância, corpo e sexualidade também compõem a grade curricular da especialização, que tem uma carga horária total de 360 horas. As aulas ocorrem quinzenalmente, aos sábados, com docentes da própria UFSCar, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O Curso de Especialização em Sociologia da Infância da UFSCar recebe inscrições para sua segunda turma até o dia 10 de abril, por meio do site www.socioinfancia2017.faiufscar.com. Profissionais de qualquer área podem participar desde que já sejam graduados. A gestão administrativa e financeira do curso é da FAI.UFSCar (Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Universidade Federal de São Carlos).


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