Passe espírita contra a ansiedade


Estudo desenvolvido pela Unesp comprovou eficácia

Durante dois anos (2014 e 2015) a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) desenvolveu um estudo sobre a influência da terapêutica energética do passe espírita na redução da ansiedade. A iniciativa teve o objetivo de desvendar se a técnica empregada nas casas espíritas auxilia na diminuição desse problema de saúde tão comum. Para seleção dos candidatos, houve necessidade de se utilizar uma escala que avalia se um indivíduo é ansioso. Outro critério adotado pelos pesquisadores foi escolher voluntários que não estivessem em tratamento com psiquiatra, psicólogo ou utilizando medicamentos.

 
"As pessoas incluídas no estudo foram divididas em dois braços: um deles recebia o passe, o outro recebia um placebo (imposição de mãos de uma pessoa que não tem habilidade na aplicação de passe)", explica Ricardo de S. Cavalcante, médico infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), presidente da Associação Médico-Espírita de Botucatu e um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo (equipe de estudos de passe espírita na foto ao lado).

Ao todo, 50 indivíduos realizaram a experiência uma vez por semana durante oito semanas; 23 voluntários receberam o passe espírita e outros 27 foram inseridos no grupo que recebeu a simples imposição das mãos. "Observamos, no final do tratamento, que os dois grupos tiveram melhora, mas ela foi mais significativa nas pessoas que receberam o passe do que nos indivíduos que foram submetidos à simples imposição das mãos", destaca Cavalcante.

De acordo com os pesquisadores, a melhoria obtida pelos dois grupos decorre de toda preparação realizada antes do passe. "Esse preparo era comum tanto para quem tomava o passe quanto para as pessoas que passavam pela imposição das mãos. Eles ficavam todos em uma mesma sala, com uma luz mais baixa, uma música ambiente para relaxar, colocávamos um áudio com mensagens de situações do dia a dia para reflexão, de maneira que isso já gerava um certo relaxamento", lembra.

Utilizando a mesma escala de pontuação que classifica o indivíduo como ansioso, os pesquisadores verificaram que, no final do tratamento, "no grupo do passe 83% dos indivíduos não tinham mais critério de ansiedade, enquanto que no grupo da simples imposição das mãos apenas 37% alcançaram níveis normais de ansiedade", finaliza o pesquisador.

Projetos futuros – Um novo estudo deve avaliar se o passe espírita possui eficácia em pessoas que têm o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), distúrbio caracterizado pela "preocupação excessiva ou expectativa apreensiva", de acordo com a quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV).

Neste novo estudo, que terá duração de dois meses, será realizada a comparação entre o passe espírita e o uso de medicamentos para controle desta enfermidade (TAG). O projeto já foi aprovado pelo Comitê de Ética da FMB e se iniciará em março de 2017.

Pessoas que tenham interesse em ser voluntárias da pesquisa devem entrar em contato com o telefone (14) 3811-6547, falar com a enfermeira Ariane ou comparecer na rua Coronel José Vitoriano Villas Boas, número 1188, na região central de Botucatu, nos dias 14 ou 21 de fevereiro, às 20 horas, onde será realizada a triagem dos indivíduos participantes da pesquisa. (fonte-Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB).

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