Nova revolução

Reginaldo Villazón

No ano passado (11 de janeiro de 2016), o alemão Klaus Schwabe (engenheiro e economista) publicou o livro "A Quarta Revolução Industrial". Ele é fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, entidade privada que reúne líderes políticos, empresariais, sociais e intelectuais para discutir questões que afetam o mundo. O Fórum é bem conhecido pelas reuniões anuais que realiza na pequena cidade de Davos, na Suíça. O livro vem chamando atenção crescente da comunidade mundial.

 
Um oportuno e rápido resumo. A Primeira Revolução Industrial (1760 a 1830) aconteceu a partir da Inglaterra, ocasionada pela aplicação da máquina a vapor nos processos de produção. A Segunda Revolução Industrial (1850 a 1900) se deu a partir da Europa e caracterizou-se pelo uso da energia elétrica, do petróleo e do motor a combustão. A Terceira Revolução Industrial teve início em 1950 sob a liderança dos Estados Unidos com o uso de computadores e programas de informática.

No seu livro, Klaus Schwabe anuncia que já estamos a bordo de uma nova revolução que mudará o mundo que conhecemos nas próximas décadas. A utilização de sistemas integrados de várias tecnologias (informática, internet, robótica, inteligência artificial, nanotecnologia, neurotecnologia, engenharia genética, biotecnologia, drones, impressoras 3D e outras). Esses sistemas combinarão máquinas, programas digitais e seres humanos em redes inteligentes, capazes de tomar decisões descentralizadas.

Uma tendência é levar a produção industrial à independência da presença humana. Desde 2013, a Alemanha já trabalha num projeto de alta tecnologia nesse rumo. Isto significa que muitos trabalhos humanos hoje existentes se tornarão desnecessários. E que muitos trabalhos humanos hoje inexistentes serão necessários. A revolução vai se realizar em larga escala, alterando o modo em que vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Vai trazer conseqüências políticas, econômicas, sociais e morais.

Os estudiosos avaliam que essa revolução vai fortalecer a economia mundial aos bilhões de dólares. E, por outro lado, que ela vai eliminar milhões de vagas de trabalho, com maior intensidade nos países desenvolvidos. Além disso, garantem que ela vai causar impactos nos níveis de salário e renda, consumo e distribuição da riqueza. Há motivos para otimismo e pessimismo. A revolução significa progresso, mas impõe uma realidade alterada à qual é preciso se adaptar para sobreviver.

O progresso humano ocorre por eventos naturais e acidentais, ciência e tecnologia. Não é possível impedir o progresso nem inteligente lutar contra ele. É bem possível que a falência das instituições públicas e privadas (que hoje assistimos) seja o início da renovação necessária ao enfrentamento dos desafios embutidos na revolução anunciada. É importante saber que esta revolução tem alto potencial de contribuir para a preservação do planeta e para a melhoria de vida das populações carentes de progresso.

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