José Renato Nalini,
Secretário estadual de Educação
A performance do aluno brasileiro nas recentes avaliações não tem sido das melhores. Os diagnósticos pouco variam. É preciso levar a educação a sério, é urgente obter maiores investimentos. Mas isso não explica tudo. Há países que aplicam quase o mesmo em termos de orçamento e obtêm melhores resultados. Ninguém nega que os profissionais da educação merecem remuneração condigna. Os tempos é que não ajudam a atender às legítimas reivindicações. Mas as crianças não têm culpa diante da crise. Precisam merecer a melhor educação que for possível.
Situação análoga tem sido enfrentada em outras nações. O que acontece ali? Todos, sem exceção, se compenetram de que a educação é responsabilidade coletiva. Não é apenas do Estado. É da família e da sociedade. Ninguém está excluído da obrigação de fazer alguma coisa pelo crescimento intelectual das novas gerações. Em Portugal, por exemplo, todas as pessoas, notadamente as de mais idade, colaboram com o letramento. Fazem as crianças ler, contam quantas palavras elas conseguem soletrar por minuto, conforme a faixa etária, e incentivam a acelerar o ritmo. Mães e pais, avós, tios e padrinhos, todos podem colaborar nesse sentido. O idioma é fundamental para a criança poder raciocinar logicamente, concatenar ideias, expor o seu pensamento. A fluidez é um instrumento valioso de participação. A proficiência na língua nativa e, se possível for, numa outra, proverá o educando de condições de se entender com o mundo.
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