Cogumelos

Reginaldo Villazón

Os cogumelos são conhecidos há milhares de anos. Povos antigos – gregos, romanos, egípcios, chineses e da América Central – utilizavam cogumelos como alimento, remédio e estimulante em rituais religiosos. A Biologia classificava os cogumelos como plantas. Em 1969, eles foram separados das plantas e reunidos em um novo grupo – o Reino dos Fungos –, contendo cogumelos, orelhas de pau, bolores e leveduras, que não possuem clorofila, não fazem fotossíntese e se alimentam de matéria orgânica.

Na natureza, os cogumelos comestíveis, alucinógenos e venenosos se desenvolvem onde existam matéria orgânica e umidade, tais como florestas e áreas baixas. Nos empreendimentos domésticos e comerciais, os cogumelos comestíveis são cultivados dentro de galpões e estufas, onde se desenvolvem em recipientes cheios de matéria orgânica vegetal ou em blocos de serragem de madeira. No Brasil, são três as espécies mais produzidas e consumidas: o Champignon de Paris, o Shiitake e o Shimeji.

A descoberta da penicilina a partir de um fungo, em 1928, na Inglaterra, fez os cogumelos ganharem o interesse da pesquisa médica ocidental. Hoje são identificados cogumelos com propriedades antibacterianas, antivirais, antitumorais e reguladoras da saúde. Alguns são ótimos fornecedores de vitaminas, aminoácidos e minerais. Das 2.000 espécies comestíveis, cerca de 25 delas são cultivadas comercialmente. China, Estados Unidos e países europeus são os maiores produtores e consumidores.

A escassez de dados técnicos sobre a qualidade dos cogumelos comestíveis cultivados no Brasil tem dificultado o trabalho dos nutricionistas. Um artigo científico de Furlani e Godoy, publicado em Campinas SP, em 2007, revelou que os cogumelos Champignon de Paris, Shiitake e Shimeji cultivados no país apresentaram os seguintes níveis: proteínas (18% a 28%), gordura (4% a 5%), fibra alimentar (20% a 41%) e fósforo (89 a 113 mg/100 g). Conclusão: eles são alimentos de excelente valor nutritivo.

O arroz integral e o feijão continuam recomendados pelos nutricionistas. O arroz integral é um cereal com cerca de 10% de proteínas e contém o componente protêico lisina. O feijão é uma leguminosa com cerca de 20% de proteínas e contém o componente protêico metionina. Uma combinação alimentar perfeita. A inclusão dos cogumelos nessa alimentação reforça o consumo de proteínas, permitindo eventualmente reduzir e até dispensar a utilização de proteínas de origem animal.

Temos muito que aprender sobre os cogumelos e é bom que eles estejam sempre mais disponíveis nos supermercados, frescos, mais saborosos, com preços mais acessíveis. O nosso conhecido strogonoff – frango, Champignon de Paris e molho –, simples e saboroso, indica que os cogumelos podem nos surpreender. Agora, estamos aprendemos a fritá-los na manteiga, também de forma simples, com resultado generoso. Abrem-se oportunidades de melhorar a vida e a saúde sem o gosto ruim de remédios.

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