Óculos

Reginaldo Villazón

 
Há pessoas que detestam óculos. Mesmo precisando usá-los, se esforçam para se manterem longe deles. Outras, ao contrário, amam óculos. Estas pessoas identificam óculos por marcas e modelos, encontram motivos para comprar óculos e sabem compor um visual bonito com roupas e óculos. Ideal seria que os óculos só fossem necessários às pessoas que gostam deles. Mas isto não pode ser. Corretamente, os óculos devem ser avaliados sob diversos aspectos, como saúde, segurança e estética.

Os profissionais de saúde recomendam que os cuidados com a visão devem começar na infância, visando remover deficiências que prejudiquem o desenvolvimento intelectual e social. Assim, os tratamentos de saúde – e o uso de óculos, quando necessários – não podem ser negligenciados. A questão da segurança envolve todas as pessoas, mesmo as de boa visão. Conforme as atividades – trabalho e lazer – devem utilizar óculos apropriados para condições especiais de iluminação, visibilidade e exposição a riscos. A estética é a parte boa para quem usa óculos. O tempo dos óculos volumosos, pesados e desajeitados já passou. Hoje há grande variedade de óculos coloridos, elegantes e confortáveis, sem descuido das qualidades técnicas.

Independente do uso de óculos, existem motivos suficientes para confiar que o bom desempenho visual pode ser alcançado e mantido com procedimentos simples. Exercícios orientais milenares – da Yoga e do Chi Kung – são valiosos para a saúde da visão. Aqueles povos antigos visavam sustentar o conjunto humano – físico, mental e espiritual – equilibrados e energizados de maneira natural.

Trabalhando num rumo parecido com o dos orientais – mas muito bem fundamentado cientificamente – o médico e pesquisador norte-americano William Horatio Bates (1860 – 1931) desenvolveu exercícios que produziram resultados surpreendentes. Começou por se curar da presbiopia, aquela perda da capacidade de leitura próximo dos olhos. Conseguiu, em um ano, reduzir em 70% os índices de miopia de crianças numa escola pública.

O escritor Aldous Huxley (1894 – 1963), autor do livro "Admirável Mundo Novo", salvou-se de uma cegueira progressiva graças às técnicas do Dr. Bates e escreveu um ensaio que em 1943 virou livro: "A arte de ver". Muitas pessoas se beneficiaram das técnicas do Dr. Bates. A classe médica não lhe deu apoio. Mas a comprovação – de que 99% das crianças nascem com os olhos perfeitos e de que a visão é uma habilidade que se aprende – foi fundamental para que suas técnicas fossem incluídas em novos estudos científicos.

As causas mais comuns do uso de óculos são os erros refrativos – miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia – que podem ser sanados exercícios, tais como os recomendados pelas medicinas milenares e pelo Dr. William H. Bates. Estas técnicas ganharam autenticidade e são utilizadas por grandes centros de medicina especializada. Novos livros são escritos sobre o assunto. Uma nota importante: cresce o número de fisioterapeutas preparados para conduzir os pacientes nos exercícios e incentivá-los a usar óculos com finalidades adequadas.

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