Flávio Rodrigo Masson Carvalho
Por muito tempo a medicina e a psicoterapia preocupou somente com os indivíduos. Se alguns indivíduos apresentavam qualquer problema psíquico e procuravam ajuda, o medico ou o terapeuta procurava encontrar o paciente real, ou seja, aquele que apresentasse a patologia, se esquecendo ou ignorando por completo a família, como se aquele paciente real não mais pertencesse a uma família, ou como se ele não fosse mais retornar ao âmbito familiar. Se todos os membros de uma família precisassem de terapia, eles eram atendidos individualmente, cada um com um terapeuta particular, ou seja, eram desmembrados de suas famílias, era uma relação exclusivamente bipolar, terapeuta-paciente.
É necessário hoje em dia que toda a família participe do processo terapêutico. Os parentes devem participar de todo o processo, inclusive do diagnóstico, contribuindo assim para o sucesso do tratamento. Os familiares devem participar ostensivamente de todo o processo terapêutico, não como se estivessem recebendo ajuda, mas sim como colaboradores do médico no tratamento. Este modelo não é aceito pela maioria dos terapeutas, que defendem a idéia de que os parentes só atrapalham, que os parentes muitas vezes são neuróticos e problemáticos, e isto pode prejudicar o processo terapêutico. Pode até ser que em certo momento do tratamento se faça necessário se trabalhar somente com o indivíduo sozinho, mas de maneira alguma o médico ou terapeuta deverá se esquecer da família deste indivíduo. Este indivíduo está em família ou estará retornando a uma família ao termino do tratamento. Definitivamente a família deve participar de todo o processo, podendo assim melhor acolher e ajudar este indivíduo na sua recuperação. Vale a pena assinalar que muitas vezes a família está mais doente do que o indivíduo que está em tratamento. Isto é muito comum acontecer com as crianças, na maioria das vezes os problemas da criança são os pais. A criança na maioria das vezes não têm demanda, os problemas estão nos pais, na família, na escola, com os professores. Por isso toda a família deve ser convidada a se juntar ao processo terapêutico, a fazer parte ativamente do mesmo.
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