FOLHAGERAL

da redação

Jales faz 75 anos


e a ocasião oferece bons motivos para comemoração. Sem ignorar as dificuldades – pois elas existem em todo lugar – podemos celebrar com alegria o feliz casamento do povo com o lugar generoso onde o município de Jales se instalou com a sua cidade.

Há menos de
cem anos, as famílias ruralistas pioneiras na região abriram oportunidades para que outras famílias viessem desbravar e fincar raízes nestas terras, aproveitando o grande potencial agropecuário oferecido pela natureza. A mistura de gente diversa, mas corajosa e trabalhadora, deu certo. A região e o povo se desenvolveram.

O fundador,
Euphly Jalles – engenheiro e agrimensor – planejou a ocupação da zona rural e da zona urbana. Na zona rural, a divisão fundiária favoreceu o estabelecimento de muitas famílias e a diversificação agropecuária. Para zona urbana, desenhou um quadrilátero central para instalação da cidade, contando que o desenvolvimento periférico fosse acompanhá-lo. Mas isto não ocorreu. O surgimento dos bairros criou um desordenamento urbano.

Os acessos

importantes – ferrovia e rodovia – contribuíram muito para o desenvolvimento. Mas hoje fazem parte da geografia da cidade, cortam áreas da cidade. A estes problemas urbanos se soma o grande crescimento da frota de veículos automotores. Algumas vezes se instala um caos para dirigir e estacionar os veículos na cidade.

Problemas

são problemas e requerem solução. Mas é melhor ter problemas por causa do crescimento do que da estagnação. Além disso, todo problema tem pelo menos uma solução viável. A cidade teve grande expansão graças aos investimentos da população. Esta população deseja e merece mais investimentos e mais cuidados urbanos da parte do poder público. As praças públicas estão abandonadas por um serviço público que se ressente da falta de pessoal e de equipamentos modernos de trabalho.

A cidade
e o campo, trabalhando de forma integrada, precisam criar empreendimentos de pequeno e médio portes para promoverem o desenvolvimento econômico, melhorando o emprego e a renda da população. A instalação de mais cursos técnicos pode propiciar maior utilização das potencialidade da região.

Em saneamento
básico, a cidade de Jales está entre as melhores cidades do Brasil. Praticamente, cem por cento da população contam com água encanada tratada e coleta com posterior tratamento do esgoto. A coleta e a reciclagem do lixo precisam melhorar muito.

Jales possui
algumas grandes indústrias, como Fuga Couros. Elas geram empregos e renda, contribuindo com o comércio e a circulação de dinheiro na cidade. Empresas menores de diversos ramos, nos setores de comércio e serviços, também movimentam a economia local.

As empresas
do segmento automotivo – peças, pneus, oficinas – formam um universo econômico muito ativo na cidade de Jales. O bom desempenho desse segmento pode ser avaliado pelo prestígio alcançado junto a clientes da região e até de cidades distantes. Isto prova que Jales pode abrigar vários cursos de nível técnico com o objetivo de ampliar o número de pequenos e médios empreendimentos na cidade.

O potencial
produtivo da agricultura jalesense continua forte. O que prejudicou nossa agricultura foi o uso abusivo de calcário, adubos químicos e agrotóxicos. Estes produtos alteraram as excelentes propriedades naturais das terras, prejudicando a resistência, a saúde e a produção das plantações. Mas esta situação pode ser revertida com técnicas apropriadas.

A divisão
fundiária do município, planejada pelo fundador, tem importante valor. O grande número de pequenas propriedades favorece muito o desenvolvimento socioeconômico. Hoje, novos sistemas tecnológicos viabilizam a produção de maior diversidade de alimentos saudáveis em espaços menores, sem uso de produtos nocivos e sem desperdício de água.

As brigas políticas
em nada ajudaram o município e a cidade. Em tempos passados, Jales foi o centro político onde eram tomadas as decisões de interesse da região. Mas acabou perdendo representação na Assembléia Legislativa e na Câmara Federal. Virou um aglomerado de eleitores de interesse dos candidatos em épocas de eleição. Perdeu espaço político. Viu Fernandópolis, e Votuporanga deslancharem. Agora tem Santa Fé do Sul próxima aos calcanhares.

A cidade que
ocupou a condição de centro no atendimento comercial de dezenas de cidades, não soube permanecer nessa posição. Terá que se beneficiar de muitos investimentos modernos para reconquistar seu grau de destaque e irradiar benefícios na região.

A prova
de que nossa cidade pode crescer em importância, em favor de muitas pessoas, é que já está se tornando um centro regional na área da saúde. A Santa Casa de Misericórdia de Jales (fundada em 1968), o AME Ambulatório de Especialidades Médicas de Jales (inaugurado em 2009) e o Hospital de Câncer em Jales (inaugurado em 2010) são três instituições de saúde de alta qualidade e ampla área de atendimento.

A AVCC,
Associação de Voluntários no Combate ao Câncer é o melhor exemplo de que nossa cidade conta com muitas pessoas interessadas do bem social, até estendendo seus esforços aos que vem de longe em busca de ajuda. Não é possível desconsiderar esta verdade.


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