Deus, meu pai e a situação do Brasil

*Flávio Carvalho

Eu tinha menos de uma década de vida quando meu pai morreu.

Meu pai era um jovem político, que tinha acabado de ser eleito deputado pelo Estado de São Paulo, que num trágico acidente automobilístico, teve sua vida prematuramente ceifada.

Fiquei indignado, me revoltei, e juntamente com minha família sofri muito, e mesmo sendo uma criança, me revoltei contra Deus. Achava que o Criador havia errado, cometido uma imensa injustiça. Por que meu pai? Por que neste momento? Ele havia acabado de ser eleito deputado, iria fazer tantas coisas boas para este país. Por que Deus cometera tamanho erro? Assim eu acreditava.

Vendo hoje a situação que se encontra o Brasil, e principalmente os políticos que nos representa, hoje tenho a certeza absoluta, Deus amava demais o meu pai!

Hoje não só aceito, como compreendo a precoce morte de meu pai. Deus, com sua imensa sabedoria, levou o meu pai para que ele não tivesse o desgosto de ver a situação dos políticos deste país, e mais, poupou meu pai de conviver com esta classe, os políticos, que desgraçaram esta linda Nação.

Deus foi misericordioso com meu pai. E como político que era, foi privado de conviver e trabalhar com os seus colegas de plenário.

Todos reconhecem que o grande problema desse país é meramente político, que os causadores de toda essa desgraça são os políticos, e de todos os partidos, e o que maior agravante, o que mais dói, é que todos foram eleitos legitimamente por nós.

Agora estamos na iminência de passarmos por outro evento triste, mas necessário, que é o impeachment da presidente da república. Não quero discutir agora o mérito, mas defendo o impedimento. Mas o mais grave, que pouco se tem discutido, é a linha sucessória, ou seja, quem vai substituir a presidente?

Estamos na seguinte situação: vamos tirar o Diabo e colocar o Satanás! E se o Satanás não puder assumir, temos ainda o Demônio e o Capeta na linha sucessória. Ou seja, estamos ferrados de qualquer maneira.

E se tivermos novas eleições, quem seriam os candidatos? Quais seriam nossas opções? Seriam os mesmos, não temos renovação, não temos figuras diferentes. Os bons, os que são do bem não se envolvem na política, o que é um grande erro. Os honestos, o bem intencionado deve participar, deve se manifestar.

Estou orando muito, não somente pelo Brasil, mas também pelos nossos políticos, oro também para que aqueles que são do bem participem da vida política do país, mas oro com maior intensidade e vontade, para que Deus me de força, coragem e sabedoria para participar cada vez mais, intervir cada vez mais na construção de um melhor país, mais digno, honesto e mais justo, pois o seu povo merece.

E para terminar, gostaria de citar o Grande Martin Luther King: "O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."

*Flávio Rodrigo Masson Carvalho

equilibriumtc@hotmail.com

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