Rumo ao interior

*José Renato Nalini

Sou do interior. De Jundiaí, a antiga "Terra da Uva", onde o crescimento reduz, ano a ano, a área reservada a essa tão bonita cultura. Pensar que meu avô paterno cultivava parreiras de diversas espécies em plena Rua Rangel Pestana! Hoje edifícios e condomínios desafiam a tutela ambiental e ameaçam o verde que já foi predominante.

Como homem do interior, que fez carreira no Ministério Público e na Magistratura no interior paulista, sou admirador entusiasta da gente interiorana. Ainda conserva simpatia, polidez, cordialidade, atributos que não poderia perder, nada obstante o declínio dos valores.

É por isso que iniciarei as visitas aos Polos Regionais da Educação Paulista pelo interior. Contato pessoal com o alunado, razão de ser da escola e de todo o sistema educacional. Com suas famílias, se acorrerem ao convite da Secretaria da Educação. Com a comunidade, com os devotados professores, com os diretores, os supervisores, os dirigentes, os funcionários. Gostaria de conhecer os Conselheiros, os membros da Associação de Pais e Mestres e os integrantes dos Grêmios Estudantis.

Toda essa grande família forma aquela coesão imprescindível que nós chamamos carinhosamente de "Rede". A Secretaria da Educação já falava em "Rede", muito antes do surgimento das redes sociais que hoje ocupam o tempo e a atenção de milhões de brasileiros e que constituem peça essencial na comunicação instantânea entre as pessoas.

Conhecer no local a realidade da educação pública permitirá a constatação da realidade que tem sido árdua, e é impossível não reconhecer isso. Mas também será uma injeção de ânimo para continuar o desafio de insistir nos projetos de aprimoramento contínuo do processo educativo.

A despeito das dificuldades, São Paulo progrediu nos índices de avaliação da qualidade da educação estatal. Resultado do sacrifício e empenho dos mestres, os abnegados transformadores da realidade dos alunos que, por sua vez, transformam o mundo.

Precisamos de amor e idealismo. É disso que o Brasil necessita. Depende de nós propiciarmos à Nação o reforço da esperança de que ela tanto necessita nesta hora emblemática da História de todos nós.

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