Há mais de 20 anos, Hospital de Câncer de Barretos cuida da saúde da mulher

Por Dara Freitas
Assessoria de Imprensa




Em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 08 de março como o "Dia Internacional da Mulher". Nesta mesma data, 64 anos antes, as funcionárias de uma fábrica da Triangle Shirtwaist Company de Nova York, nos Estados Unidos, entraram em greve reivindicando melhores condições: menor jornada de trabalho, de 16 para 10 horas, equivalência salarial e melhor tratamento no ambiente corporativo.

Dias depois de terem iniciado o ato, houve um incêndio na fábrica. A maioria dos 600 funcionários conseguiu escapar, mas 146, sendo 125 mulheres, morreram queimados. Desde então inúmeros movimentos sociais promoveram o debate sobre os direitos das mulheres.

Cada luta feita desde o começo do século XX foi válida para que algo mudasse tanto na forma de agir e de pensar das pessoas, como na política e nas leis. Para que assim, cada vez mais mulheres tenham seus direitos reconhecidos.

Há mais de 20 anos, o Hospital de Câncer de Barretos pensa na saúde da mulher. Em 1994, a instituição deu início ao seu primeiro projeto de prevenção: o do diagnóstico do câncer do colo do útero, realizando exames preventivos para que a doença fosse descoberta o mais cedo possível, tendo uma maior chance de cura.

O mais impressionante é a maneira como as mulheres da zona rural de Barretos (SP) eram abordadas para que fizessem a prevenção. Uma técnica de enfermagem, de bicicleta e equipada com uma mesa de coleta portátil, dirigia-se às casas e as convidava para o Papanicolaou. Muitas ficavam surpresas, pois ainda havia preconceito com o exame.

Pedalando vários quilômetros pelo município a dona Creuza Saure salvou a vida de muitas mulheres, que graças ao programa de rastreamento, descobriram o câncer e puderam se tratar alcançando a cura. A cada percurso, uma nova história e uma nova chance de vida. Com isso, ela recebeu, quatro anos depois do início do projeto, o prêmio "Mulher do Ano", da UNESCO, pelo serviço prestado juntamente ao Hospital. Foram mais de 1.700 exames feitos e sete casos confirmados do tumor.

Em 1998, a instituição, agora reconhecida pelo trabalho de prevenção, adquiriu um veículo para a coleta dos exames de Papanicolaou. Três anos depois, com a publicação dos resultados, o Hospital de Câncer de Barretos conseguiu, por meio de doação, a sua primeira unidade móvel de grande porte: um ônibus modificado e equipado para o atendimento de pacientes em diversas áreas.

De lá pra cá, entre uma pedalada e outra, o Hospital construiu Institutos de Prevenção em Barretos (SP), Campo Grande (MS), Fernandópolis (SP) e Juazeiro (BA). Além disso, outros dois estão em construção em Campinas (SP) e Nova Andradina (MS). Ao todo, atualmente, são 12 unidades móveis que percorrem diversos estados do país levando a prevenção aos que mais precisam e cuidando, principalmente, da saúde da mulher.

A Unidade de prevenção de Fernandópolis, a mais próxima aqui de Jales, possui duas carretas que fazem exames de tomografia para diagnosticar o câncer de mama. O trabalho é realizado a cada dois anos no município e oferece toda assistência aos pacientes que precisarem de alguma ajuda após-resultado do exame.

Comentários