Hidrovia Tietê-Paraná recebe as primeiras embarcações carregadas com soja após a reativação da navegação

 
Trecho estava paralisado desde maio de 2014 e foi reaberto em 27 de janeiro
 
 
São Paulo 12 de fevereiro de 2016 – O secretário de Logística e Transportes do Estado de São Paulo, Duarte Nogueira, esteve nesta sexta-feira (12) na Eclusa de Promissão para acompanhar a passagem pela Hidrovia Tietê-Paraná do primeiro comboio carregado com 5.600 toneladas de soja, vindo de São Simão (GO). O prefeito de Promissão, Hamilton Luís Foz, e o deputado Dilador Borges acompanharam a passagem das barcaças pela eclusa. A navegação na Hidrovia Tietê-Paraná, administrada pelo Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo no trecho paulista, foi reativada, no dia 27 de janeiro, entre o km 99,5 do reservatório de Três Irmãos e a eclusa inferior de Nova Avanhandava. O ponto estava interrompido, desde maio de 2014, em decorrência do baixo nível dos reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira.
 
Na ocasião, o secretário ressaltou que ”essas quatro barcaças fazem parte de uma sequência de 19 comboios. Assim, retomamos a operação de transporte de cargas de longa distância. Neste momento, já estamos recuperando 800 empregos dos 1.600 que estão previstos e teremos 100 mil caminhões a menos nas rodovias. Outra vantagem é o barateamento do frete em torno de 30% e a integração dos modais”. Duarte Nogueira relembrou ainda que “o Governo do Estado fará a principal obra na hidrovia, que é o derrocamento de Nova Avanhandava.” Com a escavação, que será executada em 10 quilômetros da hidrovia, o canal ganhará mais 2,4 metros de profundidade. A intervenção é importante para o futuro da hidrovia, pois possibilitará o uso do reservatório tanto para o transporte de cargas como para geração de energia.
 
Esforços e ações foram empreendidas pelo Governo do Estado, por meio das Secretarias de Energia e de Logística e Transportes, junto ao Operador Nacional do Sistema (ONS) para que houvesse o gerenciamento das águas dos reservatórios localizados nos rios Tietê, Grande e Paranaíba,possibilitando assim o nível de armazenamento necessário para restabelecer a  navegação. A partir disso, em agosto do ano passado, foram iniciadas as operações para transferência de água dos reservatórios localizados à montante de Três Irmãos e Ilha Solteira. O cenário de chuvas registrado contribuiu também para o aumento dos níveis. Com isso, o Departamento Hidroviário reabriu a hidrovia antes mesmo da previsão inicial, que era fevereiro deste ano.
 
A suspensão da navegação do trecho, em Buritama, atingiu as cargas de longo percurso vindas de São Simão (GO) e Três Lagoas (MS), que compreendem soja, milho, celulose e madeira. No restante do no trecho paulista da hidrovia houve navegação de cana de açúcar e areia. No ano em que o ponto foi interrompido, em maio de 2014, foram movimentados 4,6 milhões de toneladas de cargas. Já em 2015, o movimento registrado foi de 4,5 milhões de toneladas.
 
A Hidrovia Tietê-Paraná ocupa importante papel no escoamento de cargas, além de ser um dos principais corredores de exportação do país. De 2006 a 2013, a quantidade de cargas cresceu de cerca de 3,9 milhões de toneladas para 6,3 milhões de toneladas. Alguns dos principais produtos transportados são: milho, soja, óleo, madeira, carvão, cana de açúcar e adubo. Com a reativação da passagem de cargas de longo percurso, a projeção de movimentação na hidrovia, em 2016, é superar o montante de 6,3 milhões de toneladas de cargas registrado em 2013. Para o ano de 2017, a expectativa é de que essa quantidade suba para 7 milhões de toneladas.
 
Sobre a Hidrovia Tietê-Paraná
A Hidrovia Tietê-paraná possui 2.400 km de extensão, sendo 1.600 km no Rio Paraná, administrado pela AHARANA (ligado ao Ministério dos Transportes) e 800 km no Estado de São Paulo. No trecho paulista é administrada pelo Departamento Hidroviário do Estado (DH), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Logística e Transportes. A Tietê-Paraná conecta cinco dos maiores estados produtores de grãos, (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná).
 
A Tietê-Paraná integra um grande sistema de transporte multimodal,apresentando-se como alternativa de corredor de exportação – abrangendo os Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, uma região de 76 milhões de hectares, onde é gerada quase a metade do produto interno brasileiro, conectando áreas de produção aos portos marítimos, e no sentido do interior, servindo os principais centros do Mercosul.

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