A “economia” não vai bem, obrigada!

Por Bárbara Santos Ferreira e Márcio Perez Ramos

A economia mundial nunca foi tão interligada como agora: oscilações financeiras ocorridas em outras partes do globo podem, por exemplo, refletir diretamente no Brasil e vice-versa. Isso se justifica pela globalização, que praticamente eliminou as fronteiras comerciais entre as nações, possibilitando que um país adquira produtos em qualquer parte do globo, desde que obtenha vantagens, como menor custo, transferência tecnológica, entre outras.

O Brasil vinha sendo visto, pelo mercado internacional, como um país resistente às crises financeiras que se espalharam pelo mundo nos últimos anos, especialmente por possuir um mercado consolidado no que diz respeito a importações e exportações, investimentos estrangeiros, políticas financeiras para controle da inflação, políticas públicas para manutenção do desemprego, entre outros.

Após um período de estabilidade, parece que o Brasil começou a sentir, de forma mais contundente, as consequências da crise, atrelada, de certa forma, ao atraso na tomada de ações por parte do governo. De qualquer forma, há indicadores mostrando, já há algum tempo, que a economia vinha-se desgastando e necessitando de ajustes que, em decorrência do atraso, precisam ser aplicadas agora de forma mais profunda.

A população, de forma geral, já vem sentindo as consequências da crise: a inflação mostra sinais de aumento, o governo propõe redução ou limitação de benefícios e aponta para a possibilidade de aumento de tributos, redução de postos de trabalho, queda do PIB, além de aumento no preço de produtos controlados pelo governo, como combustíveis, energia elétrica e outros.

"Contribuindo" com o difícil cenário provocado pela crise financeira, eclode a crise da gestão pública, misturando a falta de capacidade e competência para gerir o país com casos assombrosos de corrupção, nas altas esferas do poder público e em empresas estatais fundamentais para o crescimento e autonomia política, econômica e para o desenvolvimento da nação.

O governo apresentou uma redução nos seus gastos – adequada, para alguns, e longe de atender às necessidades, para outros – e, de qualquer forma, a população, dentro de suas possibilidades, começou a buscar formas alternativas de superar esse período economicamente desfavorável, adotando formas de aumentar sua renda mensal e diminuir seus gastos; prática que culminaram na queda na qualidade de vida das famílias.

Essa postura da população influencia negativamente a estabilidade da economia. Explica-se: muitos começam a trabalhar no mercado informal vendendo produtos ou serviços sem nenhum registro oficial, concorrendo para a redução do PIB e das ofertas de emprego, aumentando a inflação, desestimulando o investimento, aumentando o índice de subempregos e, sobretudo, desaquecendo a economia.

Para ser forte, um país precisa ter uma economia forte; precisa de uma estrutura consolidada e sustentável; precisa ter pilares fundamentais funcionando plenamente, como educação, saúde, política de investimentos públicos e privados atrativos, programas sociais que atendam aos anseios da população, entre tantos outros, mas há de se ressaltar que, no final, praticamente tudo depende de uma economia forte que proporcione condições mínimas para que os outros pilares possam desenvolver-se de forma plena.

Bárbara Santos Ferreira: Acadêmica do curso de Administração da UFMS - Campus de Três Lagoas. E-mail: bah_sf@hotmail.com e

Márcio Perez Ramos: Professor do curso de Direito da Unicesumar – Campus Maringá/PR. E-mail: marciopzrs@gmail.com

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