Reflexões: a dor

por Adelvair David

 
Há quem diga que a dor é companheira na transformação, outros que a dor é mestra.

Quando analisamos a dor dentro da limitação que nos é própria, verificamos que cada espírito a experimenta de maneira diferente, e que não há regras para a sua percepção. O que se sabe é que ela conduz o espírito a penetrar dentro de si mesmo com outros olhos, muito mais realistas, identificando de pronto, na maioria dos casos, os ambientes da alma que precisam de mais cuidado, ressaltando realidades que a pessoa deseja esconder de si mesma.

A conversa da dor com o seu detentor tem efeitos de matizes diferentes. O mesmo problema tem colorações diversas, e os recados íntimos fluem de acordo com o entendimento de cada um, por isso ouve-se frequentemente a afirmação: "fulano sofreu e não aprendeu nada", como se a dor tivesse o compromisso obrigatório de dar lições automáticas, padronizadas a quem quer que seja.

A dor, no nosso entendimento, não faz parte das leis divinas, sendo consequência de uma série de fatores, entre eles, de pensamentos, sentimentos e ações que o espírito vai determinando a si mesmo no carreiro evolutivo, desta e de outras existências, sem representar de forma alguma, mecanismo infalível de corrigenda moral. Ao dizer: "bem-aventurados os aflitos", Jesus indica que estes já possuem um instrumento de despertamento, e se o desejarem, podem se libertar das causas da dor e do sofrimento, mudando a vida.

A única força capaz de transformar verdadeiramente, sem sombra de dúvida, é o amor. Sendo o único artigo da Lei Divina segundo Jesus, é ele que move o universo e pelos seus ditames são criados mundos compreensíveis e incompreensíveis ao homem. Só o amor renova a vida, a dor apenas adverte, alerta, até repreende, mas só tem efeito se o amor cumprir o seu papel nas escolhas da criatura humana, não deve ser imposto, mas escolhido por aqueles que já se cansaram de sofrer e desejam a verdadeira felicidade.

NAS LÁGRIMAS DA RESIGNAÇÃO O AMOR NASCE PARA SEMPRE.
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