SWISSLEAKS - CPI do HSBC ouvirá Hervé Falciani, autor dos vazamentos, por teleconferência

Os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do HSBC, que investiga o
escândalo conhecido no exterior de SwissLeaks, aprovaram nesta quinta-feira (16) a
realização de uma teleconferência para ouvir o franco-italiano Hervé Falciani, o
ex-técnico de informática do HSBC que divulgou a lista com os nomes de milhares de
pessoas que mantinham contas secretas numeradas na Suíça. O plenário da CPI também
aprovou a retirada do pedido de quebra de sigilo bancário de seis pessoas, por falta
de maiores informações.

O presidente da CPI, senador Paulo Rocha (PT-PA), foi questionado sobre qual seria
sua interpretação quanto à revogação das quebras de sigilos já aprovadas há uma
semana. O senador observou que, desde o início dos trabalhos, garantiu que iria
dirigir os trabalhos sem transformar a CPI num palco, sem espetáculo, assegurando
amplo direito de defesa e evitando que direitos individuais fossem colocados em
xeque. "Assim me comportei na reunião de hoje. No entanto, acho que dada às
dificuldades das informações que a CPI têm, e que mexem com direitos individuais e
coletivos, é claro que a CPI tem momentos de firmeza e momentos de dúvida,
justamente por causa das fragilidades dos documentos que são enviados para cá",
afirmou.

Para o senador Paulo Rocha, a CPI reúne condições de dar prosseguimento às
investigações dos documentos, e o projeto de repatriamento de dinheiro de
brasileiros mantidos no exterior, de certa forma, significa para os integrantes do
colegiado que a CPI uma proposta que poderia constar do relatório final da comissão.

A teleconferência com Hervé Falciani ainda não tem uma data a ser realizada e Paulo
Rocha considera que as informações a serem prestadas podem ou não acrescentar aos
documentos já em poder da CPI.

Durante a reunião, o senador Blairo Maggi (PR-MT) questionou se a CPI do HSBC
poderia ser encerrada antes do prazo previsto, setembro próximo, como forma de
demonstrar o interesse de aprovar o projeto de repatriamento de recursos que tramita
no Congresso, embora tudo indicássemos que é possível que seu prazo seja prorrogado.

Os integrantes da CPI aprovaram, ainda, não mais quebrar o sigilo bancário e fiscal
dos empresários Jacob Barata; Jacob Barata Filho; David Ferreira Barata; Rosane
Ferreira Barata; Paula Queiroz Frota e de Jacques Rabinovich.

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