Trabalho de preservação da DERSA resgata cerca de 1,8 mil animais e 48 mil plantas da Mata Atlântica
Ações preventivas nas frentes de obras integram Programas de
Conservação de Fauna e Flora do Rodoanel Norte
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Os programas ambientais elaborados e implantados
pela DERSA para a conservação da fauna e da flora na área de implantação
do Rodoanel Norte já resgataram de sde o início do empreendimento, em março de
2013, 1.851 animais e 47.726 plantas de espécies nativas da Mata Atlântica. Os
resultados parciais do trabalho foram apresentados por biólogos, veterinários e
pesquisadores do Instituto de Botânica, durante a 3ª Semana do Meio Ambiente,
celebrada nos dias 10 e 11 de junho, na sede da Companhia.
Os Programas de Conservação de Fauna e Flora são
desenvolvidos nos seis lotes do Rodoanel Norte, durante todo o período de obras.
Marcelo Arreguy Barbosa, gerente da Divisão de Gestão de Meio Ambiente da DERSA,
explica que o Rodoanel Norte está inserido próximo a um bioma de preservação
muito importante, a Mata Atlântica, e que o trabalho desenvolvido é fruto de
toda a experiência da DERSA com gerenciamento ambiental de grandes
empreendimentos. "Tudo o que está sendo feito respeita integralmente todas as
diretrizes dos órgãos ambientais apontadas à Companhia e os resultados estão
sendo muito positivos. Os programas cumprem com o objetivo, que é preservar as
espécies e mitigar possíveis impactos das obras ao meio ambiente", diz.
Antes mesmo das máquinas e dos trabalhadores
entrarem nos canteiros, veterinários, biólogos, auxiliares de campo e
pesquisadores do Instituto de Botânica vão a campo identificar e resgatar as
espécies que habitam no local. De acordo com Guilherme Domenichelli, biólogo da
DERSA, "essa estratégia evita que animais sejam feridos durante as obras e que
espécies importantes de plantas sejam suprimidas."
Afugentamento e Resgate de Fauna
Com relação à fauna, são realizadas ações de
afugentamento e resgate. Os diversos profissionais envolvidos direcionam os
animais para áreas próximas preservadas. Aqueles que são encontrados em locais
de risco ou que têm baixa mobilidade, como bichos-preguiça, roedores, sapos e
pererecas, são resgatados e realocados em áreas seguras com características
adequadas às suas necessidades. Plínio Aiub, veterinário coordenador dos
trabalhos de resgate de afugentamento de fauna, esclarece que se algumas
espécies permanecerem no local, mesmo após o afugentamento, também é efetuado o
resgate. "Procuramos retirar todos os animais que podem se ferir e que oferecem
risco aos trabalhadores, como as cobras, por exemplo. São animais que costumam
se esconder, e se não os retiramos antes do início das intervenções, algum
funcionário da obra pode ser picado", explica.
Todos os canteiros dos lotes estão equipados com
ambulatórios veterinários para atender animais resgatados, que eventualmente
necessitem de cuidados antes de retornarem à natureza.
Na região do Rodoanel Norte, do total de animais
resgatados previamente das áreas de obras e realocados em ambientes apropriados,
1.851, a maior incidência é de répteis, 751. As espécies mais encontradas são
cobras, como jararacas e cobras d'água. Foram resgatados 336 mamíferos, a
maioria deles pequenos roedores, gambás e bugios. Entre os 542 anfíbios,
destacam-se os sapos e as pererecas. Além disso, foram retirados das frentes de
obras 113 aves e 109 insetos, como abelhas.
Monitoramento
Além da preocupação em evitar os impactos das
obras junto aos animais que vivem nas áreas em que o Rodoanel Norte está sendo
implantado, a DERSA realiza o monitoramento da fauna em toda a região do entorno
do empreendimento. O monitoramento de fauna é executado por biólogos
especialistas que identificam e registram os animais pertencentes à região. São
monitorados os grupos considerados bioindicadores (mamíferos, aves, répteis,
anfíbios e borboletas), cuja presença permite identificar possíveis impactos na
fauna causados pelas obras. Este trabalho é importante não só para mitigar os
impactos durante as obras, mas para identificar eventuais alterações no
comportamento no bioma para que assim medidas compensatórias possam ser tomadas
para reequilibrar o meio ambiente.
Resgate da Flora
O resgate de flora é realizado pelos biólogos em
cada um dos lotes do empreendimento com orientação do Instituto de Botânica de
São Paulo. As diferentes espécies resgatadas são destinadas a estudos
científicos realizados pelo Instituto, ou podem ser doadas para prefeituras que
tenham interesses no material para fins conservacionistas. No caso do Rodoanel
Norte, parte das plantas vem sendo realocadas no Parque Estadual da Cantareira,
localizado próximo às intervenções.
Até o momento, do total de plantas resgatadas
(47.726) pelas equipes técnicas, 17.875 foram realocadas no Parque Estadual da
Cantareira e 29.851 foram doadas para parques, prefeitura e Instituto de
Botânica para fins de conservação.
Cada canteiro de obras é equipado com viveiros de
espera, em que as plantas resgatadas são mantidas até que sua destinação seja
definida. De acordo com Vivian Tamaki, vice-coordenadora da equipe de Resgate da
Flora do Instituto de Botânica pelo projeto Rodoanel Trecho Norte, "o material
resgatado e realocado tem grande sucesso em relação à taxa de sobrevivência". A
pesquisadora explica que a prioridade do resgate para garantir a conservação da
biodiversidade são as bromélias e orquídeas, as sementes e árvores jovens.
O Instituto de Botânica de São Paulo orienta não
apenas nos trabalhos de resgate e realocação da flora. Mas também orienta o
Programa de Gerenciamento de Plantios Compensatórios e Monitoramento Florestal,
além de realizar pesquisas que visam a Quantificação de Carbono em floresta
biodiversa. Para compensar a vegetação suprimida, é previsto o plantio de 1,6
milhão de mudas de espécies nativas, em área equivalente a mil hectares. Além
disso, foram investidos recursos em unidades de conservação por meio de depósito
de R$ 24.302 milhões, valor equivalente a 5% do investimento no empreendimento
no Fundo Especial de Despesa para a Preservação da Biodiversidade e dos Recursos
Naturais, criado pelo Decreto Estadual N° 57.547, de 29/11/2011.
Trabalho de gestão ambiental
A gestão ambiental do Rodoanel Norte teve início
muito antes das máquinas e dos operários chegarem aos canteiros dos seis lotes
do empreendimento e vai além da conclusão das obras. Um extenso trabalho vem
sendo desenvolvido pela DERSA desde o momento da elaboração do EIA/Rima (Estudo
de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental), com objetivo de estudar,
monitorar e preservar a fauna e a flora da região em que o último trecho do anel
rodoviário de São Paulo está sendo construído. O estudo foi protocolado na
Cetesb, órgão licenciador ambiental do Estado de São Paulo, em 16/9/2010, e a
Licença Ambiental Prévia, que atestou que o empreendimento era viável no ponto
de vista socioambiental, foi emitida em 12/7/2011.
Sobre o Rodoanel Norte
O Rodoanel Norte é a maior obra rodoviária
financiada pelo BID no mundo. A rodovia terá 44 km de extensão e interligará os
trechos Oeste e Leste do Rodoanel. Tem início na confluência com a Avenida
Raimundo Pereira Magalhães, antiga estrada Campinas/São Paulo (SP-332), e
termina na intersecção com a rodovia Presidente Dutra (BR-116). O trecho prevê
acesso à rodovia Fernão Dias (BR-381), além de uma ligação exclusiva de 3,6 km
para o Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Com sua construção, o tráfego de passagem,
sobretudo o de caminhões, será distribuído e desviado para o entorno da Região
Metropolitana de São Paulo, melhorando o fluxo nas marginais e,
consequentemente, o trânsito dos veículos de transporte coletivo. Estima-se
redução de 23% do VDM (volume diário médio) de caminhões na marginal Tietê, o
que representa uma diminuição de 17 mil caminhões por dia após a conclusão da
obra.
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