Folhageral, da redação

A administração municipal tem planos de transferir – para o prédio da rodoviária – órgãos municipais espalhados pela cidade com a finalidade de diminuir os gastos com aluguéis. Palavras de um assessor do prefeito Callado, domingo passado pela manhã, em um estabelecimento comercial. Sim, em tempo de crise é preciso economizar. Ruim é nem tentar. Aliás, o mesmo assessor disse – em alto e bom tom para todos ouvir – que numa possível disputa à Prefeitura em 2016 o prefeito Pedro Callado poderia ter como candidato a vice na sua chapa o vereador Tiago Abra. Não se sabe até onde isto pode ser levado em conta, apesar de estar sendo veiculado faz tempo. Tanto que, nos bastidores dirigentes do PSDB e do DEM estiveram conversando sobre uma possível coligação para o pleito de 2.016. As eleições estão a mais de um ano, muita água vai correr debaixo da ponte. É só ficar de olho nas possibilidades.
Sai prefeito, entra prefeito, a choradeira por falta de recursos é a mesma. O município de Jales tem vários campos de futebol na zona rural, bem cuidados. Além deles, conta com quatro na zona urbana: campo da Fepasa, do Paraíso, da vila União e da Facip.
Uma pergunta básica que esta coluna faz e a população também. Por que gastar recursos para manter e melhorar o Estádio Municipal Roberto Valle Rollemberg? Não é um patrimônio histórico que deva ser preservado. Basta ser fotografado para estar no histórico do município. Hoje está mais para um Jurassic Park numa área urbana nobre. A cidade não voltará a ter futebol profissional, o estádio não vai arrecadar recursos para a prefeitura.
Se o prefeito e sua equipe analisarem com compreensão e entendimento, verão que os torneios municipais de futebol amador podem ser promovidos com sucesso nos campos citados. Os custos, bem menores, podem ser mais facilmente compartilhados com os desportistas. No entanto, meia dúzia fala mais alto que a comunidade toda. E os gestores aceitam.
Não nos esquecemos de que a igreja de Santo Expedito – um patrimônio histórico de verdade – veio abaixo para construção de um prédio público. Com o devido respeito, tudo deve ser discutido e avaliado para o progresso do município. E nada importante deve ficar alheio ao devido julgamento na Câmara dos vereadores.
Na reunião do PMDB no sábado (13 junho) – com a presença do assessor do vice-presidente Michel Temer, Jarbas Elias Zuri –, uma das decisões pautadas foi de que seus filiados devem deixar os cargos de confiança na administração municipal, pois o partido quer chegar ao pleito do próximo ano livre e desimpedido para lançar candidatos e buscar coligações.
Quanto à discussão de um nome do PMDB para 2016, o ex-vereador e empresário Riva Rodrigues não titubeou: colocou seu nome como representante do partido. Muitos dos presentes gostaram porque, mexeu com os brios peemedebistas, que nos últimos pleitos preferiram ocupar o segundo lugar em chapa eleitoral.
Para ganhar novamente a confiança do eleitorado – de que pode ser novamente o melhor partido político na defesa dos interesses da população – o PMDB precisa mostrar conquistas não somente em prol da Santa Casa. Mas no geral, de agora para o futuro.
O prefeito Callado pode estar se enveredando pelo caminho errado da política. Depois de apoiar com veemência a reeleita deputada estadual Analice Fernandes (PSDB), teve a frustração do distanciamento da tucana para com a cidade. Na opinião dos "experts" do botequim da vila, as críticas de Callado a esse distanciamento e a busca de apoio a outros deputados estariam colocando Jales num isolamento político. Com os tucanos, claro!
Isto já aconteceu com o prefeito Parini (PT), que administrou Jales por oito anos, tendo o PT no Palácio Planalto. No seu segundo mandato, Parini optou por se aproximar de Analice Fernandes e Vadão Gomes. Ficou a ver navios em Brasília com os deputados petistas.
Também a prefeita Nice Mistilides preferiu bater em várias portas de gabinetes em busca de recursos. Estava ficando só, sem parceria. Nem seus companheiros petebistas a estavam acudindo. Tanto que, este ano, Jales não foi contemplada com emendas parlamentares. Mas como na política tudo está em movimento, o que não dá certo pode ser mudado
Os experts lá do botequim da vila são de opinião que o PMDB faria bem em lançar o nome de José Devanir Rodrigues, o Garça, como candidato a vereador no ano que vem. Para eles, Garça é um bom puxador de votos, se elegeria tranquilo e ajudaria a eleger outros peemedebistas. Garça foi várias vezes candidato ao Executivo e não logrou êxito. Teria oportunidade de dar a sua contribuição política no Legislativo.
Ser prefeito é desejar modificar a vida da comunidade para melhor. Na prática, o candidato a prefeito gasta dinheiro do bolso e se envolve com falsidades. Depois de eleito, trabalha muito, faz viagens cansativas, sofre processos, ouve críticas. Os resultados da sua ação são limitados. Muitas vezes, vida de ex-prefeito é triste. Um cidadão experiente pode ser um vereador de maior relevância. Quem disse que em conversa de botequim não há sabedoria?
Na sexta-feira, 26 de junho, o governador Geraldo Alckmin deverá estar em Jales para inauguração de uma obra de infraestrutura, a marginal na rodovia Euclides da Cunha que dá acesso ao Distrito Industrial 3. A vinda do governador a Jales deve colocar um fim ao "gelo" que a cidade pode estar sofrendo. Que Alckmin nos anuncie polpudas verbas para investimentos. Jales está merecendo, tal qual as outras.


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