Falta penicilina na saúde pública e privada

 
SBI pleiteia providências imediatas para reposição da medicação e regularização da assistência aos cidadãos

 Atualmente, está em curso um grave problema de desabastecimento de dois medicamentos anti-infecciosos imprescindíveis ao tratamento de sífilis e toxoplasmose, respectivamente: penicilina benzatina e espiramicina.
A situação crítica já se arrasta há algum tempo. Em abril, a SBI encaminhou ofício ao Conselho Federal de Medicina (CFM), ao ministro da Saúde Arthur Chioro e a outros órgãos competentes, denunciando a situação alarmante e solicitando colaboração imediata para a resolução do problema.
“Há vários meses temos dificuldade de tratar de forma conveniente os casos de sífilis, por falta da penicilina benzatina no Sistema Único de Saúde (SUS) e mesmo nas farmácias e drogarias privadas. Nas últimas semanas, notamos também a ausência da espiramicina em diversos Estados”, alerta Érico Arruda, presidente da SBI.
No ofício, a SBI enfatiza: “Esclarecimentos solicitados ao Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), nos trouxeram informações da interrupção de produção nacional por três indústrias farmacêuticas (laboratórios) que os produziam, por impossibilidade de comprar matéria-prima. Nos mesmos esclarecimentos emitidos por essa entidade governamental, soubemos que a produção será regularizada até o final do ano em curso, mas com persistência da repressão da demanda por tratamento até esse período”.
Fica evidente, assim, o comprometimento da assistência à população. Diante dos fatos, a SBI reivindica a participação do MS na resolução desse impasse, a fim de se evitar prejuízos perigosos à comunidade que necessita desses medicamentos.
Principais riscos
Com a escassez dos dois tipos de penicilina para o tratamento da sífilis, são empregadas alternativas com chances de falha > 30%. Como requer terapia contínua, de 10 dias a 21 dias, dependendo da modalidade (comprimido ou injetável), aumenta o número de pacientes que abandonam o tratamento, o que compromete a efetividade. No caso da benzatina, apenas três doses são suficientes.

Arruda frisa, em particular, o prejuízo do desabastecimento às gestantes portadoras de sífilis durante o pré-natal: “O déficit da penicilina benzatina pode acarretar malformação do bebê em decorrência da ausência de cuidado adequado”, destaca. As crianças podem nascer com sequelas definitivas no sistema nervoso central e em outros órgãos.

 

 

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