Nepal, por Reginaldo Villazón

O tamanho da tragédia causada pelo forte terremoto no Nepal, no sábado (dia 25), ainda se vê nos noticiários internacionais. O centro do abalo de magnitude 7,8 aconteceu a 80 Km da capital – Catmandu –, a apenas 15 Km abaixo da superfície da terra. Teve efeito devastador. O país asiático de 30 milhões de habitantes, localizado no Norte da Índia e ao Sul da China, junto à Cordilheira do Himalaia – onde se encontra a montanha mais alta do mundo (Monte Everest) –, teve mais de um quarto da sua população afetada pelo terremoto.

É triste ver as cenas de benfeitorias urbanas destruídas, de pessoas sendo resgatadas vivas dos escombros. Os mortos, feridos e desabrigados contam-se em milhares. O Nepal, nação de povos antigos, é a terra de nascimento do iluminado Buda. Descobertas feitas num templo sagrado, num sítio de pesquisas arqueológicas na cidade de Lumbini, evidenciam o local de nascimento de Buda no século VI antes de Cristo. Agora, templos e estátuas nepaleses – classificados como Patrimônio Mundial –, podem estar irrecuperáveis.

Os terremotos são causados por choques entre as placas tectônicas que flutuam sobre o magma e formam a crosta terrestre. Os cientistas já mapearam as placas tectônicas e identificaram as regiões de maior risco de fortes colisões. Cidades importantes, como Vancouver (Canadá), San Francisco (Estados Unidos), Roma (Itália), Istambul (Turquia), Osaka (Japão) e outras estão nessas regiões. Estes fenômenos naturais são inevitáveis.

Os homens e os animais sempre tiveram comportamentos automáticos contras os riscos à segurança física. As adaptações orgânicas, ao longo do tempo, garantiram a sobrevivência da maioria das espécies. Como os homens evoluem a sua consciência, puderam entender que existem riscos inevitáveis que podem ser previstos e contornados. Ventos fortes podem soprar sobre cidades, derrubando prédios, árvores e instalações elétricas. Mas isto pode ser evitado ou minimizado com a aplicação de normas de segurança.

Hoje, a prevenção contra riscos faz parte da consciência humana. Mas esta continua a evoluir, a se aperfeiçoar, juntamente com o avanço tecnológico. Sabe-se, por exemplo, que os animais conseguem detectar terremotos com antecedência suficiente para se salvarem. É uma boa indicação de estudo para no futuro. No Japão, a construção de prédios resistentes a terremotos e o treinamento da população desde a infância têm assegurado muita segurança.

Assim, há esperanças. Tragédias como esta, que agora lamentamos, reafirmam como se faz importante e necessária a civilização, o refinamento, a cidadania, a ética, o conhecimento, enfim, o desenvolvimento humano. Ainda que a humanidade nunca chegue a controlar as forças da natureza, hoje é possível imaginar um mundo futuro onde o progresso humano terá eliminado a ocorrência de tantas perdas, de tantos sofrimentos.

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