Editorial: Nova estação

Jales comemora seus 74 anos, completados na última quarta-feira (15 de abril). Está em festa, com muito mérito, pois sua história de progresso – desde aquele ano de 1941 – lhe confere a qualidade de lugar acolhedor de pessoas em busca de fixação e realização. Muitos que aqui aportaram sustentados por esperanças, aqui cresceram e prosperaram.

Sem dúvida, estas terras e esta cidade não são um paraíso. Mas não são falsas imagens no calor de um deserto seco. Aqui, ninguém é enganado com cenários de cartão postal, enquanto a realidade repulsiva fica escondida. O jalesense fala e discute os males do lugar, critica suas lideranças, expõe suas aspirações sem receios. Porque isto não altera a realidade do município e da cidade, que nunca deixaram de ser generosos.

Os problemas, eles são nossos. O progresso, nós vamos realizá-lo. As potencialidades do lugar e as vocações das pessoas são imensas. Entraves naturais não existem. A política se encontra enfraquecida por falta de líderes locais habilitados em articulação e por escassa representatividade nas esferas superiores. Sim, está na hora de haver um grito político.

O crescimento da área urbana aconteceu acima das expectativas. Abriu uma grande frente de trabalho para suprir as necessidades de qualidade da vida urbana. Um plano bem formulado de arborização, por exemplo, pode requintar o bem estar na cidade.

Na área de saúde, apesar do tamanho dos desafios, há muito que comemorar. A Santa Casa amplia o seu atendimento, o Hospital do Câncer faz tratamentos de alta qualidade, várias unidades de saúde – Ambulatório Médico de Especialidades, UPA, PSF – socorrem muitos pacientes vindos de longe.

A educação tem avançado a olhos vistos. Há bons cursos no Unijales, na Fatec, na Escola Técnica e em instituições particulares. A Orquestra Sinfônica de Jales pode abrir portas para a cidade se tornar um importante centro de educação e cultura musical.

A frota de veículos no município cresceu assustadoramente. O trânsito precisa de maior atenção para ser modernizado. A expansão industrial não acompanhou o ritmo do comércio. A agricultura, que já rendeu tanta riqueza, está estagnada. Há desafios e oportunidades.

Jales hoje está em condição de visar um novo modelo de desenvolvimento, adentrar uma nova estação de evolução urbana. Deve trabalhar de olho nas cidades sustentáveis, aquelas que adotam práticas eficientes de preservação do meio ambiente, crescimento econômico sem crises, educação para a cidadania e melhoria da qualidade de vida da população.


Parabéns e obrigado a Jales e sua gente.

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