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de ano é tempo de negociação salarial em Jales. De um lado, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais à frente de 1.300 servidores. Do outro lado, o prefeito e sua reduzida assessoria. O foco é o reajuste dos salários e da cesta básica a partir do mês de fevereiro.

As divergências
e as caras feias sempre marcam o começo dos encontros. O lado maior ataca e ameaça. O lado menor se defende. A mídia acompanha e informa o público. O povo comenta. Até que, por fim, chega-se num acordo. Os vereadores aprovam as condições do reajuste e encerram o assunto.

Tudo certo,
mas toda ação democrática tem que evoluir. As discussões salariais entre o presidente do sindicato e o prefeito são de natureza política. E qual é a melhor maneira de fazer política? É com o uso da inteligência. Quem pensou em músculos, mão de ferro e enfrentamentos verbais, errou muito.

Aos servidores,
este tempo vale ouro. É hora obter um bom reajuste e, mais ainda, de defender a instituição que lhes proporciona trabalho e sustento. Na verdade, a Prefeitura pertence mais aos servidores do que ao prefeito. O prefeito é um chefe que está sempre de passagem, que não tem vínculo permanente.

O presidente
do sindicato José Luiz Francisco e seus liderados têm muito a ganhar ou perder numa negociação bem feita ou mal feita. Fazendo política com inteligência, podem garantir bons reajustes para a classe e grandes melhorias para a Prefeitura num futuro próximo. Em troca, podem oferecer a adesão maciça dos servidores ao novo prefeito.

Pessoalmente,
o juiz de direito aposentado Pedro Callado é forte e independente. Ele não precisa da Prefeitura para viver. Seus ganhos, garantidos por lei, lhe permitem viver bem com a família no conforto de uma classe média sem luxo. Mas como prefeito, a coesão dos servidores ao seu governo é uma questão de vida ou morte na política.

Os servidores
municipais devem refletir melhor sobre o que eles são e do que eles são capazes. Imaginem: são 1.300 servidores em trabalho numa só instituição. Além disso, a figura popular do "barnabé" (funcionário público de baixo nível) não se aplica aos servidores da Prefeitura de Jales. Ser admitidos por concurso e portar canudos de formatura, são regras e não exceções na Prefeitura de Jales. Eles sabem ser eficientes, produtivos, econômicos.

A democracia
 
nunca é perfeita, nunca está pronta e acabada. Está sempre em evolução. O momento de Jales é de crise. Mas, também, de grande oportunidade de evoluir na arte de fazer política.

Como se esperava,
chegou a boa notícia de que os servidores e o prefeito firmaram o acordo que ambos os lados desejavam inicialmente, quanto aos valores dos reajustes. Não houve mortos nem feridos, todos saíram ilesos. Uma etapa democrática foi concluída com sucesso.

Mas
para quem gosta de agitação, o mar político jalesense felizmente não vai cair no marasmo. Aos servidores e ao prefeito, há muitas milhas a percorrer, muitas novas etapas a serem enfrentadas e vencidas. Nossa Prefeitura precisa evoluir e se equiparar, em patrimônio e organização, às boas Prefeituras de muitos municípios brasileiros.

O vereador
André Ricardo Viotto (PSD), o popular Macetão, tal qual Maria Madalena arrependida, depois de orientado, claro, foi à tribuna durante a sessão ordinária de segunda-feira, chorou e pediu desculpas aos seu pares, alegando que tudo na gravação divulgada é "mentira".

No final,
o vereador Macetão recebeu um chamego de lágrimas do presidente da Casa, Nivaldo Batista de Oliveira, o Tiquinho. Tenham dó, o cara fala um monte de besteiras ofensivas além de se desdizer, ainda passam-lhe as mãos na cabeça.

Uma representação
protocolada por Aldo José Nunes de Sá, ex-secretário da ex-prefeita Nice, contra Macetão, deve ser lida na sessão ordinária desta segunda-feira.

O Conselho
de Ética e Decoro Parlamentar será composto pelos vereadores Gilberto Alexandre de Moraes, Tiago Abra e Pérola Cardoso, presidente, vice-presidente e relator que já se reuniram nesta sexta. 
 
Os vereadores



Jesus Martins Batista e Luiz Fernando Rosalino, titulares do Conselho, citados por Macetão ficam fora até o término das investigações. Nada de dois pesos e duas medidas. O eleitor quer a verdade..

E os trabalhos
de investigação sobre a representação protocolada pelo petista Luis Especiato não pode terminar em pizza no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar sob pena da população acreditar que a cassação de Nice foi política.


Um
 
cidadão eleito vereador para representar pessoas que nele confiaram seu voto e o município, não pode fazer graves insinuações e depois simplesmente dizer que foi tudo mentira. O povo não é hipócrita e tampouco marionete.

O prefeito

Pedro Callado já definiu o seu novo secretariado. Quatro servidores de carreira foram designados para cargos de primeiro escalão: André Wilson Neves para a Fazenda, Ademir Balero Molina para o Esporte, Cultura e Turismo, Marinilda Cavenagui Nacca na Educação e Benedito Dias da Silva Filho para a Procuradoria Geral do Municipio.

Para a
chefia de gabinete do prefeito, foi nomeado Ivan Bertucci Nunes. Francisco Melfi ocupará a secretaria de Comunicação e interinamente a Administração. A secretaria de Planejamento e Trânsito será comandada por José Magalhães Rosa e a secretaria de Obras, Serviços Públicos e Habitação pelo engenheiro civil Manoel Andreo de Aro. Para a Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente foi designado Jorge Pêgolo. A pasta de Desenvolvimento e Promoção Social ficou com Carlos Roberto Cardozo da Silva. Na secretaria da Saúde permanece a secretária Nilva Gomes Rodrigues.

Acabou
 o mistério. Agora é governar pra valer.


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