Igualdade de gênero — Final, por Paiva Netto


 
Até o dia 20 de março de 2015 ocorre na sede da ONU, em Nova York, a 59ª sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, cujo principal enfoque é trabalhar pela igualdade de gênero e lutar contra a discriminação de mulheres e meninas em todo o orbe terrestre.
Trago-lhes, pois, mais um trecho do meu editorial na revista “Boa Vontade Mulher”, especialmente preparada para os participantes desse prestigiado e concorrido evento internacional.
 A NECESSÁRIA PROTEÇÃO NO LAR
Em geral, as primeiras a sofrer os danos lastimáveis das conflagrações planetárias são justamente as mulheres e as meninas (aliás, todas as crianças). Portanto, observamos o perigo iminente ainda rondando os bons ideais de vê-las libertas e amparadas nos próprios lares.
A violência contra elas é triste realidade, que se abate nas mais diversas regiões do mundo, até mesmo nos países que já avançaram nas leis que as protegem. Ou seja, não está circunscrita às áreas em conflito declarado. Há uma espécie de guerra disfarçada, que espreita nossos lares, comunidades, empresas, municípios, Estados, religiões... Onde houver a violência ali estará a horrenda face do ódio!
Esse torpe semblante foi conhecido pela valente enfermeira britânica nascida em Florença, a então capital do Grão-Ducado da Toscana, atual Itália, Florence Nightingale (1820-1910). Ela lutou para quebrar as retrógradas convenções no que se referia ao papel da mulher na sociedade de sua época e acreditava ter sido chamada por Deus para servir a um grande propósito. Com sua abnegação, levou consideráveis avanços ao campo da saúde, na era vitoriana. Ao longo de sua inestimável contribuição no cuidado para com os soldados ingleses durante a Guerra da Crimeia, a “dama da lâmpada” declarou, com propriedade, em carta datada de 5 de maio de 1855:
 “— (...) Ninguém pode imaginar o que são os horrores da guerra — não são as feridas, e o sangue, e a febre, maculosa ou baixa, ou a disenteria, crônica e aguda, o frio, e o calor, e a penúria —, mas a intoxicação, a brutalidade embriagada, a desmoralização e a desordem por parte dos inferiores; a inveja, a maldade, a indiferença, a brutalidade egoísta por parte dos superiores. (...)”
Embora diante de um quadro tão severo, jamais nos esqueçamos desta máxima do célebre cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro dr. Oswaldo Cruz (1872-1917):
“— Não esmorecer para não desmerecer”.
Igualmente, ressalto em minhas palestras que, se é difícil, comecemos já, ontem!, porque resta muito a ser feito. E não se pode conceber qualquer empreendimento que vise à solução dos males terrestres sem a participação efetiva das mulheres. (...)
CONVIVÊNCIA PACÍFICA
A fraterna saudação ensinada por Jesus aos Seus Apóstolos e Discípulos estende-se ecumenicamente a todos os seres terrenos, como valioso convite à convivência em paz no planeta, nossa morada coletiva:
“— E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa!”. Jesus (Lucas, 10:5)
 
José de Paiva Netto é jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
 


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