Amorosamente plenos, por Adelvair David

Asseverou o Senhor Jesus: "eu vim para que tenhais vida, mas vida plenamente".

Viver não é apenas respirar ou desenvolver funções neste mundo, que na verdade é uma cópia imperfeita do mundo espiritual, de onde todos procedemos.

Viver plenamente é buscar o único objetivo da vida, o amor em toda a sua plenitude, em todos os seus desdobramentos. A imperfeição ainda expõe o homem a uma série de comportamentos inadequados, especialmente em relação ao seu semelhante, trazendo-lhe muitos prejuízos, entre eles a dor, traço característico da sua preferência pela matéria.

Vencer-se é mais difícil do que vencer os outros, e esta é a grande obra que o homem deverá realizar por si mesmo. Em cada existência adquire experiência, sentimentos novos de nobreza, grandeza, bondade, diminuindo o seu ímpeto em fazer o mal e aumentando cada vez mais o desejo de fazer os outros felizes. Lutar contra os maus pendores, reformar a natureza íntima, melhorar-se procurando corrigir os defeitos é a finalidade da vida de todos os seres encarnados neste orbe.

Chegará um dia, como ensina o espírito Joanna de Angelis, que o homem tomará horror ao mal e só fará o bem. Será incapaz de fazer qualquer coisa que possa prejudicar o seu semelhante ou ser indiferente aos problemas humanos de qualquer ordem. Desejará fazer o bem em toda a sua grandeza, repartirá sem pesar o que tem, ouvirá com carinho a fala dorida dos aflitos, dará até mesmo o supérfluo aos seus velhos pais em profunda gratidão e respeito, enfim, se transformará em mãos hábeis para Deus nas necessidades da humanidade, como fizerem os homens bons que serviram até a exaustão das forças.

A corrida empreendida apenas para se amontoar mais recursos financeiros, a busca incessante para tentar apagar os traços do tempo no corpo, o desejo de se dar bem em tudo em detrimento dos interesses dos outros, anotam nas páginas do existir do homem que este não compreende bem qual é a sua verdadeira natureza, fazendo-o viver focado no que é perecível, esquecendo-se do que realmente tem valor, a "vida". Sem o tempero dosado no comportamento emocional, de tratar os outros como gostaria de ser tratado, de usar sem abusar dos bens que lhe foram confiados neste mundo, de procurar erradicar o egoísmo e o orgulho, de visualizar o mundo com olhos mais atentos para ver onde pode ser útil, o homem estará dormindo embalado pelas ilusões que as suas paixões lhe propõem, deixando de viver.

VIDA PLENA É A VIDA AMOROSA.

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