Agradecimento, por D. Demétrio Valentini

 
Acabo de celebrar meus 75 anos de vida, e meus 50 anos de ordenação sacerdotal. Sem dúvida, uma bela coincidência de datas, com uma carga referencial muito densa.
Para um bispo chegar aos setenta e cinco anos é como ultrapassar a faixa de chegada de longa corrida, com percurso predeterminado. E celebrar 50 anos de padre é constatar que chego ileso, apesar dos obstáculos encontrados pelo caminho.
Ambas as datas mereceriam alguns dias de descanso, para sentar ao menos um pouco no sofá da tranquilidade. Mas nestes anos todos me acostumei ao batente, e tão rápido não vou mudar o ritmo.
Por enquanto, o duplo aniversário está me proporcionando um acréscimo de compromissos. Mas com uma diferença. Desta vez os compromissos, ao invés de cansarem, me enchem de novo ânimo, de alegria, e de gratidão.
Foi de fato muito comovente participar das quatro celebrações realizadas em diferentes comunidades da Diocese de Erexim, e da grande celebração em Jales, no dia 06 de fevereiro de 2015. 
Agradeço a todos os que puderam estar presentes, e aos muitos que me enviaram suas felicitações. Especialmente aos meus colegas no episcopado, tão numerosos e tão generosos nas belas mensagens que me enviaram.
Percorrendo rapidamente a sequência destes dias, me aflora espontâneo o sentimento da gratidão, e a disposição de ânimo de seguir em frente!
Em primeiro lugar quero enfatizar meu agradecimento. Dirijo-o a tantas pessoas, de perto e de longe, que partilharam comigo estes momentos de intensa recordação dos anos de minha vida e de minha missão.
A todos e a cada um, gostaria de envolver agora com meu abraço, e demonstrar o apreço que tenho pelos gestos de carinho, que guardarei para sempre em meu coração.
A todos, muito obrigado!
O sentimento de gratidão suscita outro: o desejo de corresponder à confiança em mim depositada, com a pronta disposição de me empenhar, generosamente, em levar em frente minha missão, na medida das possibilidades.
Estes sentimentos encontram sua dimensão verdadeira no contexto da fé.
A passagem dos anos desperta a consciência de quanto somos devedores da bondade e da providência de Deus. Isto suscita a disposição de continuar colocando a vida ao seu serviço, como me acostumei a fazer ao longo deste tempo.
Com uma diferença: agora não tenho mais o incômodo compromisso de chegar a uma determinada idade. Não tenho mais data marcada. Assim recupero a plena liberdade interior, de viver o presente com alegria, e de colocar o futuro nas mãos de Deus, sem cálculos, nem pretensões!

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