Laura Cardoso diz no Provocações que nova geração de atores tem obrigação de ser culta

A grande dama do teatro brasileiro, Laura Cardoso (foto), com 86 anos de idade e 72 de carreira, se emociona ao falar sobre o Brasil e ressalta a situação das crianças carentes do nordeste. "Eu chorei quando vi umas escolas de Recife. As crianças não tinham cadeira para sentar, mesa para escrever e nem um simples lanchinho. Eu não entendo de política, mas entendo quando vejo essa gente - claro que há exceções - legislando para seu bolso". A entrevista com a atriz vai ao ar no Provocações, programa da TV Cultura apresentado por Antônio Abujamra, nesta terça-feira, 6 de janeiro, às 23h30.
Questionada sobre sua cidade, Laura faz uma declaração de amor: "São Paulo é maravilhosa, é o carro-chefe. Eu amo minha cidade e, quando posso, defendo São Paulo".
Laura, cujo nome de batismo é Laurinda de Jesus Cardoso Baleroni, conta que começou sua carreira de atriz na Rádio Cosmos e que seu nome artístico foi sugestão de outra pessoa. "Um colega de trabalho da época disse que Laurinda não era muito fácil de gravar e perguntou se eu não queria chamar Ana. Eu disse que Ana não e ele sugeriu Laura. É Laura!".
A atriz comenta que a transição do rádio para a TV foi natural, e fala ainda sobre a sua participação em um momento histórico da televisão brasileira: "Eu fiz o primeiro videotape do Brasil na Tupi de São Paulo. Tem gente que diz que foi no Rio de Janeiro, mas não foi, foi em São Paulo. Com direção de Dionísio Azevedo, tinha Fernando Balleroni, Flora Geni, Cláudio Marzo, Régis Cardoso, uma porção de gente. Demorou dois dias".
Laura diz que o teatro é um poço de cultura, onde você diz o que pode e o que não pode. Quando questionada sobre a nova geração de atores, ela declara: "Acho que nessa pressa de querer ser ator, de aparecer no vídeo, ter um carro, o sofá branco, o ator esquece que ele tem obrigação de ser culto, de ir à escola, de estudar a vida inteira".

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