Mantenha a saúde dos rins

Especialistas alertam sobre a importância do cuidado com os rins, além de informações sobre o Transplante renal, no Brasil, e prevenção das doenças renais mais comuns.

Pouco lembrado nos noticiários, propagandas e publicações de saúde, os rins, órgãos vitais para o funcionamento do corpo humano, merecem atenção, cuidados e prevenção de possíveis problemas que podem ocasionar desde a insuficiência de funcionamento desses órgãos (insuficiência renal) até a morte do indivíduo. A Sociedade Brasileira de Patologia explica que o envelhecimento da população, a epidemia de obesidade, o estresse das grandes cidades e hábitos alimentares não saudáveis são motivos para a falência do funcionamento adequado dos rins.
"Várias causas têm determinado o aumento de problemas renais, como o descuido em relação à prevenção e tratamento da hipertensão arterial, que é a causa mais importante e frequente de doença renal crônica (DRC)", de acordo com o Prof. Marcello Franco, membro da Sociedade Brasileira de Patologia. 
A DRC é a causa mais comum de transplante renal, pois os rins do paciente gradativamente param de funcionar, o que gera a falência renal e a necessidade de tratamentos agressivos como a diálise e hemodiálise.
Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), mais de 30 mil pessoas aguardam na fila de espera para um transplante de órgão, sendo que para o transplante renal este número é, em torno, de 18 mil pessoas. Em 2013, foram realizados 5.288 transplantes renais, no país. 
Embora o rim seja o órgão de um doador que pode demorar mais tempo para ser transplantado, em média de 30 horas, esse não é fator significativo de diminuição do número de receptores nas filas de espera. Os principais motivos são a falta de doador e de critérios adequados. "Se o doador tiver mais que 60 anos, entra no que chamamos de critério expandido. O rim já não é tão adequado quanto o de um doador jovem, além de possuir uma sobrevida menor após transplantado", ressalta Franco.A maioria dos rins doados provém de doadores falecidos. Motociclistas são doadores em potencial, explica Ricardo Artigiani Neto, do Departamento de Comunicação Social da SBP e Professor de Patologia, da EPM/Unifesp. "Um terço dos possíveis doadores falecidos são por trauma encefálico, devido a acidentes de trânsito. O desafio, porém, é conseguir a aprovação dos familiares para a doação. Desses casos, são utilizados apenas 40%. Os demais a família não concorda com a doação, alegando, por exemplo, a mutilação do corpo e retardo do enterro, esclarece o patologista.
O rim está ligado diretamente ao coração e ao cérebro, "porque essas são as doenças mais comuns que determinam a morte das pessoas: acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e doença renal crônica. Neste contexto, a população precisa saber da importância do controle da hipertensão arterial, diabetes, e do sobrepeso, ter uma vida menos sedentária e procurar diminuir o nível de stress. Todos esses são fatores que podem diminuir a incidência e manter a sobrevida adequada, não só dos rins como também do coração e de todos os órgãos, de uma maneira, em geral", finaliza.
 

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