Planeta azul: a gestão de uma recurso escasso, por Por Viviane Isolina Vitório Almeida e Edenis César de Oliveira

A água é um bem precioso para a humanidade, contudo esse recurso se torna cada vez mais escasso no planeta Terra, que, apesar de ser constituído em sua maior parte do precioso líquido, já começa a sentir os efeitos da sua escassez. Pesquisas indicam que o corpo humano necessita ingerir em torno de 2 a 3 litros de água diariamente para suprir as necessidades do organismo. O percentual de água encontrado no corpo de uma pessoa adulta varia entre 60% e 75%, de modo que esse bem é de extrema importância para a sobrevivência.
O problema enfrentado atualmente por vários estados brasileiros deu ênfase em um drama vivido por várias cidades que sofrem com a precariedade do abastecimento de água. Desde há muito tempo, o corpo técnico da Agência Nacional de Águas (ANA) tem alertado os tomadores de decisão sobre a ocorrência desse cenário e suas consequentes complicações, com impacto direto no quadro socioeconômico do nosso país. Vale lembrar que o Brasil é um dos países que apresentam o maior potencial hídrico do planeta.
Há quem diga que a escassez global de água seja algo para um futuro distante, mas os pesquisadores afirmam que não está tão longe quanto parece. A desigualdade social existente entre os diversos países evidencia os problemas enfrentados, sobretudo, em países subdesenvolvidos, como no caso do continente africano, onde estudos indicam que o consumo diário de água varia entre 10 a 15 litros por pessoa, enquanto no Brasil esse índice gira em torno de 200 litros por pessoa. De maneira geral, uma a cada três pessoas sofre com a escassez de água em todo o planeta. Estas e outras estatísticas, quando reveladas, podem assustar, mas não são suficientes para conscientizar a sociedade sobre o real valor da água.
Um dos maiores problemas a ser enfrentados no século XXI será a insuficiência desse recurso, cujo consumo inadequado acaba inviabilizando a oferta. Pensando no futuro, organizações ambientais e empresas devem buscar a utilização racional desse bem precioso, agindo de maneira sustentável com o meio ambiente. Deve-se também levar em consideração não apenas o aumento do consumo de água, mas também as alterações sofridas no ciclo hidrológico, decorrentes dos impactos ambientais causados pela poluição, desmatamentos, contaminações dos lençóis freáticos, entre outros fatores.
O crescimento desordenado nas grandes cidades favorece o desequilíbrio ambiental e compromete os mananciais, ameaçando a qualidade da água oferecida para a população. Um grande exemplo encontrado em nosso país é a contaminação do rio Tietê na porção que banha a cidade de São Paulo. Atualmente esse manancial é comparado a um verdadeiro esgoto a céu aberto.
Nesse cenário, merecem destaque os mananciais, fontes de águas superficiais ou subterrâneas que podem vir a ser de grande utilidade no abastecimento público. Contudo, para uma utilização eficaz – que implica evitar a contaminação provocada pelo homem por meio de gasolina, pesticidas, óleo, fertilizantes, entre outros produtos químicos que tornam a água dos mananciais impróprias para consumo humano – é preciso tomar alguns cuidados.
No Brasil, o Estado de São Paulo promulgou, em 1997, uma lei que visa a preservar o que restará dos mananciais. Trata-se da Lei Estadual nº 9.866, que dispõe sobre a proteção e recuperação das condições ambientais específicas, com a finalidade de garantir a produção de água necessária para o abastecimento e consumo das gerações atuais e futuras. Faz-se necessário, no entanto, também o desenvolvimento de instrumentos que gerenciem e protejam o sistema hídrico por meio de tratamento adequado ou investimento em um sistema sustentável de adubação e fertilização do solo. As instituições, tanto públicas quanto privadas, devem trabalhar com ações de gestão ambiental urbana e capacitação de gestores públicos especializados nessa área.
Por fim, podemos ressaltar a importância na participação de todos, desde governantes, instituições ambientais, instituições privadas e a sociedade, que, juntos, podem transformar esse quadro gerindo os recursos hídricos de forma inteligente e conservadora e, assim, preservando a água e a sobrevivência dos seres vivos do nosso planeta.
*Viviane Isolina Vitório Almeida: Acadêmica do curso de Administração – Campus de Três Lagoas/MS. E-mail: vivianevitorioalmeida@gmail.com - *Edenis César de Oliveira: Professor de Administração das Faculdades Gammon (FUNGE de Paraguaçu Paulista - SP). E-mail: edeniscesar@hotmail.com

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