O coração e a razão, por Adelvair David



O tempo passa e permanece a criatura humana sem se dar conta do valor do sentimento, dos ditames do coração para a sua vida, devendo procurar melhorá-lo sempre.
O coração, de acordo com os sentimentos reinantes, determina rumos ao homem. Sem se dar conta do envolvimento positivo ou negativo age costumeiramente como que por impulso.
O coração necessita do consentimento da razão, ensinam os espíritos venerandos, tanto quanto a razão necessita do tempero que o coração oferece. Um e outro, comandando as ações isoladamente podem incorrer em erros simples ou lamentáveis, alguns sem que se possa corrigir com facilidade.
O coração se utilizando das emoções imaturas muito próprias dos sentimentos ainda em desenvolvimento, determina ao indivíduo que aja tomando partido, resolvendo simploriamente os fatos, pesando na encomia moral da criatura, quando a decisão não foi bem meditada. É notório que pode haver algo pedindo providências urgentes, mas daí sair-se de qualquer forma fazendo e desfazendo sem procurar inteirar-se das reais verdades e perigos, tem feito sofrer a muitos, que logo após tomarem uma atitude choram o que não podem mais mudar.
Um ancião, postou-se à frente do seu prédio em trajes miseráveis procurando despertar piedade. Um senhor, tomado de compaixão deu-lhe atenção e atendeu o seu único pedido, o de o levar até a ponte do Rio de Janeiro para Niterói, onde a muito desejava observar o mar e os navios, não tendo esta oportunidade porque suas pernas não ajudavam e não tinha quem o levasse. Após deixar o homem no local indicado, ficou sabendo no outro dia que um senhor de cabecinha branca havia se atirado da ponte, cometendo suicídio. Não soube ao certo se tinha família ou as razões do ocorrido, o que ponderou tristonho é que deveria ter procurado saber por ali, o porquê um homem com mais de 90 anos estava sozinho fazendo aquele pedido estranho.
Em todas as ações das nossas vidas é importante deixarmos o coração se compadecer das necessidades dos nossos irmãos, ou permitir que o amor flua das entranhas da alma para que a vida seja mais doce e pacificadora, mas é preciso em qualquer situação consultar a razão para que ela apresente sugestões ou argumentos a fim de que a decisão seja mais acertada. Nos momentos de constrangimentos dos sentimentos, quando ofendidos, ou diante de um enfrentamento ruim ou doloroso, deixar-se ao sabor dos impulsos do coração é possibilitar atos ou reações de que poderemos nos arrepender muito. As atitudes intempestivas provocadas pelos arroubos de emoções descontroladas nunca beneficiaram a ninguém. Se preciso for, melhor valer-se de um bom conselho com alguém ponderado, da leitura de uma página do evangelho de Jesus e ainda da prece, sempre conselheira nos momentos necessários.
O CORAÇÃO DEVE VOAR PARA AS BELEZAS DO INFINITO, MAS SEMPRE PRESO AO FIO DA RAZÃO QUE O MANTERÁ SEGURO PARA PODER RETORNAR EM PAZ.

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