As andanças do Bispo (7), por D. Demétrio Valentini

7 - Junto com os teólogos

Foi na Conferência de Santo Domingo, nos 500 anos da América, que comecei a me envolver mais intensamente com a organização dos teólogos da América Latina. Lá, deu para fazer com eles um bom trabalho, que possibilitou a contribuição para a reunião dos bispos, que estava acontecendo.
Na oportunidade, fiquei incumbido de fazer a ligação entre o grupo de teólogos e o desenrolar da Conferência. De tal modo que, diariamente os teólogos ficavam sabendo do andamento da Conferência, e assim podiam contribuir com subsídios que eram repassados aos bispos. Assim, mesmo excluídos da Conferência, os teólogos puderam dar uma válida contribuição sobre os temas tratados.
A partir de lá, eles fizeram questão de continuar contando comigo, para continuarem fazendo seu trabalho, bem entrosados com as necessidades da Igreja. Assim, tive que participar com eles de diversos encontros, em diversos países.
Em fevereiro de 2000, fui para a Bolívia, em Cochabamba. Foi bom para conhecer mais de perto a realidade da Bolívia. Passei por Santa Cruz de la Sierra, que fica na parte baixa da Bolívia, mais perto da fronteira com o Brasil, de fronte ao Mato Grosso. Lá as terras são férteis, o que já foi descoberto por muitos brasileiros que foram lá plantar soja.
Em fevereiro do ano 2001, a reunião foi na Guatemala, na América Central, país cuja metade da população é constituída dos antigos maias, índios que tinham uma avançada civilização, e que muito sofreram com a destruição imposta a eles pelos colonizadores espanhóis.
As reuniões com os teólogos são uma boa baliza para manter em dia a reflexão sobre os desafios da Igreja em nosso tempo, e isto ajuda no trabalho cotidiano na Diocese.8. Um zigue-zague na Suíça
Nos apuros do ano 2000, precisei reservar dez dias para a Suíça, no tempo da quaresma. Foi no começo de março. Era para ajudar na promoção da Campanha da Quaresma, que sempre costumam fazer, cuja arrecadação é repartida entre os países que mais necessitam, também o Brasil. Aí a cobrança: precisavam de alguém do Brasil, para ajudar na motivação.
Era o final do inverno, ainda com a neve nas montanhas. Foram dez dias com muitos encontros e palestras. Como lá o trem vai por toda parte, furando as montanhas, o roteiro era sempre de trem. Ao descer na estação, ficava olhando quem estaria me esperando, e lá ia eu para um novo encontro: de manhã, de tarde, de noite. Foi muito bom para conhecer mais de perto a vida do povo. Pois uma coisa é ir como turista, e fazer fotos dos panoramas, outra é conversar com o povo, e debater os problemas. No último dia, ao acordar de manhã, na cidade de Chaux de Fonds, especializada em fabricar relógios, vi a neve caindo suave, parecendo se despedir do inverno.Próximo seguimento: um mergulho em Paris

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