O que será?, por Reginaldo Villazón

Vivemos a fase eleitoral reservada à propaganda dos dois candidatos finalistas à Presidência da República. Os candidatos Dilma Rousseff e Aécio Neves representam dois partidos políticos de nomes compatíveis em ideologia: o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Mas, na prática, o PT tende ao populismo e o PSDB ao neocapitalismo, ou coisas parecidas. Fora disso, são partidos que se parecem no envolvimento com corrupções, nas declarações fantasiosas e nas atitudes soberbas.

A parte engraçada da disputa é que os dois candidatos sabem disso. No primeiro debate deste segundo turno – na noite de terça-feira (14), na TV Bandeirantes – eles utilizaram um farto repertório de acusações. Os ataques foram diretos, as defesas sinuosas. O que mais deveria chamar a atenção do público seria a confrontação dos seus Planos de Governo, mas os debates deram a impressão de que eles não os têm. Na verdade, cada um deles tem – com o nome Plano de Governo – uma cartilha cheia de intenções.

Sem dúvida, os dois candidatos e seus partidos políticos não estão preparados para governar um grande país. O Brasil é quase a metade da América Latina, é quase toda a Europa, é o quinto país mais extenso do mundo. É a sétima economia mundial, superando a França e o Reino Unido. Tem importância relevante na segurança alimentar de boa parte da população do planeta. Tem 200 milhões de habitantes, falando a mesma língua e reverenciando a mesma bandeira, distribuídos em 5.570 municípios organizados administrativamente.

Muitos dos problemas se concentram na esfera federal. Porém, é maior o número de questões que precisam ser decididas, planejadas e realizadas de cima a baixo – dos gabinetes ministeriais até a realidade dos municípios – para atender a população brasileira. Uma questão oportuna é o meio ambiente. Visto de forma simples, ele pode ser resumido em cinco itens: água limpa, esgoto tratado, lixo reciclado, flora e fauna preservadas. Estes itens têm importância relevante aos municípios, tanto nas áreas urbanas como nas rurais.

Hoje, os habitantes de muitas cidades brasileiras sofrem com a escassez de água. É possível que, aos poucos, tenhamos que aprender a economizar água do jeito europeu: lavando a louça da cozinha na bacia, tomando banho de toalha úmida, lavando menos as roupas, dando menos descargas sanitárias. Na Europa, a água é escassa e cara. Lá, tomar banho de brasileiro, só uma vez por semana. No Brasil, por enquanto, a água limpa é abundante e barata. Para isto continuar, será preciso realizar bons investimentos e cuidar do meio ambiente.

Vemos que as reivindicações populares dificilmente serão satisfeitas. Boas intenções, aprovação de leis e liberação de recursos têm alcance limitado. Sem Plano de Governo que defina ações e responsabilidades, prazos e metas, os benefícios só amenizam as carências. Ainda há muito que fazer na construção de um país economicamente forte e socialmente justo. Devemos agir e torcer pelo bem da nação brasileira. Sem acalentar ilusões.

Comentários