Ao mestre com carinho, por Luiz Gonzaga Bertelli*


D. Pedro II dizia que, se não fosse imperador, gostaria de ser professor. "Não conheço missão maior e mais nobre do que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro." Profissão fundamental para o pleno desenvolvimento da educação, os docentes vêm perdendo cada vez mais prestígio, seja pelos baixos salários, seja pelas condições em que se encontra boa parte das escolas. Com isso, o desrespeito pela figura do professor também só aumenta.
Foi para resgatar a importância dos mestres na sociedade e premiar personalidades que dedicaram grande parte de sua vida à educação que o CIEE criou, em 1997, o prêmio Professor Emérito – Troféu Guerreiro da Educação Ruy Mesquita. Neste ano, em sua 18.ª edição, o físico José Goldemberg, ex-ministro da Educação e do Meio Ambiente, receberá o troféu na quarta-feira, no Dia do Professor, às 10 horas, no Teatro CIEE, em São Paulo.
Aos 86 anos, Goldemberg continua ativo, como docente da pós-graduação no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). Ele orienta ainda dissertações de mestrado e teses de doutorado. Goldemberg dedica-se ao estudo da física desde os anos 1950, quando se formou na própria USP, após ter vindo com a família, de Porto Alegre para São Paulo, por causa dos estudos. Aprofundou-se nas investigações científicas e buscou especialização no Canadá e, mais tarde, nos Estados Unidos. Um dos maiores conhecedores de energia nuclear no país, foi um dos fundadores do Instituto de Física da USP e, em 1986, nomeado reitor da universidade mais importante do país. Sua administração trouxe de volta a vocação de pesquisa à instituição.
Foi convidado, pelo então presidente Fernando Collor, a assumir a pasta da Educação e, mais tarde, durante os preparativos da Rio 92, assumiu o ministério do Meio Ambiente. Teve uma participação destacada durante a conferência, o que lhe rendeu o prêmio Planeta Azul, uma espécie de Nobel do meio ambiente, concedido por uma entidade japonesa. Goldemberg é um professor por excelência e, mais uma vez, o colegiado, que já elegeu nomes como Miguel Reale, Ruth Cardoso e Adib Jatene, acertou na escolha.
* Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.

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