VIAJAR: METAMORFOSE LIBERTADORA

Por Juliana Cordeiro de Melo e Cleston Alexandre dos Santos


Fazer uma viagem não se resume apenas em se deslocar de um lugar a outro com algum objetivo. Consideramos imprescindível pensar no conceito de “viajar” de uma perspectiva muito mais ampla e complexa. Deve ser visto como uma metamorfose, pois cada experiência vivenciada amplia nossa visão de mundo, fazendo-nos entender e aceitar melhor a diversidade.
Lugares distintos proporcionam o contato com diferentes culturas, alimentos, vestimentas, religiões, tipos de vegetação, climas, entre outros elementos. Essa multiplicidade de informações é muito enriquecedora, pois nos faz perceber que não existe certo ou errado. Tudo pertence ao contexto do relativismo cultural. Conhecer outra cultura também pode fazer que as pessoas questionem seus próprios valores, o que apresenta um viés bastante benéfico para o crescer com uma experiência positiva adquirida com esse contato.
Em qualquer viagem que fazemos, utilizamos intensamente nossos cinco sentidos. Queremos visualizar cada detalhe dos locais que nos rodeiam. Entramos em contato com diferentes culinárias e o nosso paladar é posto à prova. O olfato não fica de fora, uma vez que cada local apresenta essências e aromas totalmente novos. O tato é outro que não deixa de ser utilizado, visto que o toque nos conta como é uma superfície, um tecido, sua textura, como também a sensação térmica. A audição tem participação importante na interpretação de outra língua, na apreciação de diferenciados sons e estilos musicas originários de cada país ou região.
Olhar pela janela não é um ato banal, mas um exercício contemplativo em que a nossa curiosidade é hiperaguçada e somos convidados a explorar um universo novo em poucos segundos. Nossa visão é a lente que capta a realidade e nós somos os diretores do nosso próprio filme: a vida repleta de inseguranças, incertezas, desilusões e recomeços. Somos também os protagonistas de várias aventuras.
Com isso em mente, é importante lembrar que a preservação do patrimônio histórico é um fator primordial, pois, mantendo quase intacto um momento do passado, as futuras gerações podem reviver experiências anteriores e entender como era aquele local em determinado período passado e o quanto a civilização se transformou desde aquela época. Essa é uma viagem não só espacial, pelo território, mas também temporal. No caso do Brasil, temos o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que é o responsável pelo tombamento de edificações, jardins ou parques, sítios arqueológicos e paisagens naturais.  Esse órgão deve atuar para que as riquezas desses locais não sejam perdidas ou destruídas pelas intempéries ou pela ação do ser humano.
Percebe-se claramente que o mais importante em uma viagem é a bagagem pessoal que cada um acumula, como a gama de conhecimentos que transformam e fazem o indivíduo ver o mundo de uma maneira mais abrangente. Essa transformação interna é muito enriquecedora, pois, ao se vivenciar a rotina de outro povo, o indivíduo passa a sentir-se parte dele e, dessa forma, aprende a aceitar a diversidade com maior facilidade. Assim, não há espaço para a intolerância e indiferença. É o ecoar de um grito de respeito pelas demais culturas.

Juliana Cordeiro de Melo: Acadêmica do curso de Direito da UFMS - Campus de Três Lagoas/MS. E-mail: julicmelo@gmail.com

Cleston Alexandre dos Santos: Professor do curso de Ciências Contábeis da UFMS – Campus de Três Lagoas/MS. E-mail: cleston.alexandre@ufms.br

Comentários