Urologista alerta para o isolamento social de mulheres com incontinência urinária



O urologista Raphael Moreira (foto), médico urologista dos hospitais Samaritano, Presidente e Adventista, alerta para as consequências psicológicas que podem atingir mulheres que sofrem de incontinência urinária. "Esta é uma doença que, muitas vezes, é erroneamente interpretada como parte natural do envelhecimento", explica o médico.
Segundo ele, a incontinência urinária afeta a qualidade de vida das pacientes pois compromete o convívio social, causando vergonha, depressão e isolamento. Para que a paciente não chegue a este ponto é fundamental o acesso a informações adequadas, já que a grande maioria das causas da doença pode ser tratada com sucesso.
A incontinência urinária é definida pela Sociedade Internacional de Continência como a perda involuntária de urina. A doença é mais comum em mulheres, principalmente na população idosa. "Além disso, as próprias alterações secundárias à gravidez e ao número de gestações podem modificar os mecanismos de suporte do assoalho da bacia feminina", diz o especialista.
O tipo mais comum da doença entre as mulheres é a incontinência urinária por esforço, que muitas vezes ocorre durante ações básicas do dia a dia, como tosse, espirros ou qualquer esforço abdominal. Outras possíveis causas de perda urinária são a Bexiga Hiperativa (urgência súbita para urinar) e doenças neurológicas, como a esclerose múltipla.
Segundo Dr. Raphael Moreira, alguns fatores podem contribuir para a incontinência urinária feminina. Entre eles, o médico destaca tabagismo, sedentarismo, doenças neurológicas, diabetes e número elevado de gestações (principalmente quando há uma má assistência ao parto). Já a prevenção pode ser feita com atividades físicas regulares, pré-natal e assistência ao parto adequados e evitando-se o tabagismo e a ingestão de álcool.
"O tratamento envolve várias áreas. Temos uma técnica cirúrgica para mulheres com incontinência urinária de esforço chamada SLING, que consiste na colocação de uma pequena tela abaixo da uretra para ajudar na contenção urinária após aumento da pressão abdominal", explica o médico.
No caso de mulheres com Bexiga Hiperativa, a mudança de hábitos também é fundamental: "É importante parar de fumar, praticar atividades físicas e evitar a ingestão de cafeína e de alimentos muito temperados e condimentados, que podem irritar a bexiga".
Diferentes tipos de fisioterapia também fazem parte do tratamento. A fisioterapia perineal pode melhorar o quadro por meio de exercícios para o fortalecimento da musculatura pélvica da mulher. Já a cinesioterapia e a eletroestimulação vaginal são técnicas fisioterápicas que visam à reeducação da musculatura contribuindo para a reabilitação do assoalho da pelve.
Já o uso da toxina botulínica (botox) no interior da bexiga pode melhorar significativamente a qualidade de vida de pacientes com perda urinária secundária a doenças neurológicas, como a Esclerose Multipla. "Quando as medicações e outras medidas clínicas não têm o resultado esperado, partimos para esta cirurgia, que é simples e tem beneficiado muitas mulheres", comenta o urologista. Dr. Raphael Moreira ressalta ainda que, com a intervenção, espera-se diminuir as contrações involuntárias da bexiga e, como consequência, a perda urinária. A aplicação tem um efeito médio de seis meses e pode ser repetida diversas vezes.

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