A inclusão virtual do idoso, Por Ariel de Jesus e Vanessa Cristina

Os meios de comunicação evoluem diariamente com o objetivo de facilitar a vida humana. Dentre os resultados dessa evolução, o uso doméstico da rede mundial de computadores, a internet, continua sendo um dos mais significativos, porém sua utilização não é democrática. Isso porque, até mesmo nos meios sociais com mais facilidade de acesso, certas parcelas da população não se beneficiam, como no caso das pessoas idosas.
Esse cenário fica mais compreensível ao analisarmos a realidade que se apresenta nas universidades abertas para o idoso. Conforme incentivo determinado pelo Estatuto do Idoso, os projetos desse tipo buscam a inclusão social por meio da educação multidisciplinar, que abarca também o ensino de informática. Segundo a ótica do ensino nessas instituições, é possível observar aspectos que envolvem o acesso defasado da pessoa idosa à tecnologia.
O afastamento do idoso da tecnologia decorre de uma mistura de medo e preconceito. Há medo, por exemplo, de pedir auxílio a familiares, que podem não ter preparo ou paciência para ensiná-lo (e os métodos didáticos precisam ser adequados). O preconceito, geralmente, é de submeter-se a uma tarefa aparentemente difícil temendo não conseguir executá-la. Isso ocorre porque o mundo cibernético é um mundo novo com o qual o idoso não interagiu durante toda sua vivência e que agora lhe é imposto como critério à socialização.
Os benefícios da informática para o idoso são muitos. É possível ter acesso a diversas formas de comunicação com parentes e amigos distantes através das inúmeras redes sociais. Também existe uma possibilidade de ocupação produtiva com inúmeras atividades de lazer e aprendizado. Para tanto, o ensino de informática para a terceira idade deve ser realizado pensando nas particularidades dos idosos e respeitando seu ritmo de aprendizado.
Há, na tecnologia de informação, uma possibilidade a mais para a inclusão social, porém os idosos, assim como outros membros da sociedade, muitas vezes são deixados de lado nos avanços proporcionados. Existem, no entanto, no Brasil, diversos projetos que influenciam positivamente na alteração dessa realidade, como as universidades abertas para o idoso, que têm papel fundamental na construção de uma sociedade inclusiva.
Logo, para transpor as barreiras da tecnologia à terceira idade, é necessária uma ação integrada que envolva as gerações numa relação mútua de troca de conhecimentos. Ademais, é importante a superação dos medos e preconceitos que dificultam a aprendizagem por parte dos próprios idosos, bem como o incentivo estatal e privado a projetos que permitam a efetivação dos direitos do idoso à inclusão.
Ariel de Jesus Silva
: Acadêmico do curso Direito da UFMS – Campus Três Lagoas/MS. E-mail: arieljs@live.comVanessa Cristina Lourenço Casotti Ferreira da Palma: Professora do curso de Direito da UFMS – Campus Três Lagoas/MS. e-mail: vanessacasotti@hotmail.com

Comentários