O sentido da solidariedade, amor e amizade

Por Celiane Falco



Nada mais distante da realidade do que acreditar que estejamos imunes a problemas graves de saúde. Ninguém pode ter tal certeza e, foi justamente por isso, que optamos por escrever este artigo, que tem como foco principal um tema que parece já estar muito discutido e vivenciado por milhares de pessoas no mundo: a doença do câncer.


Sabe-se que não é um tema prazeroso pra ser escrito e lido, contudo é necessário. O primeiro pensamento lógico sobre o tema é que além de devastar com a própria pessoa que tem a doença, assola todos ao seu redor, pois o sofrimento causado é muito grande.

Pensamos em discutir experiências recentes, mas sabíamos que seria traumático, pois parece estar cada vez mais comum ouvirmos que tal pessoa está com câncer. Ora isso está ocorrendo com um familiar, ora com um amigo, ora com um vizinho e ora com um conhecido. Infelizmente, palavras como: cirurgia, quimioterapia, radioterapia, biópsia, exames estão sendo cada vez mais utilizadas no cotidiano das pessoas.

Em momentos de idas e vindas a hospitais, consultórios e ambulatórios, a luz promissora que surge para quem passa por esse problema é o apoio familiar e de amigos. Lembramos aqui do caso de uma amiga que quando necessitou cortar o cabelo, logo cortamos também. No passo seguinte, raspou a cabeça, resultado: raspamos também. Isso tudo foi feito por amizade, amor e solidariedade.

Comumente, o que ocorre quando uma pessoa que esteja com câncer é o isolamento. Os conhecidos se afastam. Já pararam pra pensar como seria importante segurar a mão da pessoa durante uma sessão de quimioterapia? Ou então apenas ouvi-la? E dar aconchego e colo?

Há algo que deva ser repensado: Não confundir apoio com dó. A boa estrutura familiar, a ajuda dos amigos, a capacidade de superação contribuem significativamente para a cura do câncer e de outras doenças. O ato de ficar doente pode acontecer com qualquer pessoa, porém nos esquecemos disso e muitas vezes deixamos os doentes se perderem pelo caminho.

Existem muitas campanhas de prevenção ao câncer, mas nenhuma delas aborda realmente como um paciente de câncer se sente e mesmo de que tipo de apoio precisa. Como já dito, o principal foco dessas campanhas é a prevenção, que é perfeito, necessário e essencial para evitar milhares de novos casos. Contudo, pensamos que seja necessário um trabalho preventivo e educativo, ensinando as famílias e amigos a como lidar com as pessoas com a doença.

As pessoas não nascem com esses atributos: eles precisam ser incutidos em cada um. As pessoas, famílias, vizinhos, parentes e amigos devem estar preparados para transmitirem valores positivos para os doentes. Outro ponto para ser pensado é ouvir os doentes para, a partir deles, criarmos uma poderosa arma que dispare amor, amizade e solidariedade.

Quando um portador dessa doença se faz de forte, duas coisas podem estar acontecendo. Talvez ele realmente esteja preparado para vivenciar essa experiência ou, na maioria das vezes, percebe que sua família não tem estrutura para aguentar o fardo pesado da doença. Com isso, o doente é quem tenta consolar a família e amigos.

Há, enfim, inúmeras situações nas quais os doentes realmente requerem ajuda, porém, por despreparo daqueles que os rodeiam, não a conseguem da maneira que deveria ser. Outro fato é que: dó deve ser extinto e as respostas requerem trabalho muito mais profundo.

Celiane Mancini Falco: Acadêmica de Ciências Contábeis da UFMS - Campus de Três Lagoas E-mail: celiane16@gmail.com e celianef@terra.com.br

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