O Negócio é o Agronegócio

Prof. Dr. Evanivaldo Castro Silva Jr.

Prof.ª Me. Adriana de Souza Colombo

Prof.ª Me. Cristina Tondato

Prof.ª Me. Selma Marques da Silva Fávaro


Que o agronegócio é o setor produtivo brasileiro mais importante do ponto de vista do PIB (Produto Interno Bruto) e que tem salvado consecutivamente, ano após ano, o desempenho da balança comercial no cenário internacional quase todos sabem, porém, que esse setor representa "a prata da casa" no ranking mundial de tecnologia na produção agropecuária nem todos possuem essa visão.Segundo dados do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial, dados de 2013, na produção mundial de álcool de cana, açúcar, café, soja, tabaco e suco de laranja e segunda posição na produção de carne bovina. Ainda somos o terceiro maior produtor de aves, milho e frutas e quarto em produção de carne suína.

Quanto às exportações ocupamos a primeira posição em todos os itens anteriormente mencionados exceto milho, segundo maior exportador mundial e carne suína, quarta posição
.
Esses dados nos dizem que produzimos cada vez mais e com eficiência crescente, vide aumentos sucessivos e safras recordes de grãos e outros componentes da pauta agropecuária do país. Para se ter uma ideia, na década de 1960 produzíamos 17,2 milhões de toneladas de grãos numa área de 22 milhões de hectares sendo que na safra 2012/13 (dados de 2013, Companhia de Abastecimento - CONAB) produzimos 185 milhões de toneladas em uma área de 54,5 milhões de hectares, ou seja, aumentamos a produção em 975,5% com um aumento na utilização de área de 147,7%. Na pecuária, até 2010, esses números eram de 251% para o aumento da produção contra 39% na área utilizada.

Vale salientar que todo esse avanço conta ainda com outro ponto importante para a visibilidade do agronegócio brasileiro que é a sustentabilidade. Ocupamos a 14ª posição no ranking mundial em emissão de carbono (420 milhões de toneladas) e quase a metade da matriz energética atual do país (47%) é derivada de recursos renováveis 2010, esses números eram de 251% para o aumento da produção contra 39% na área utilizada.
Vale salientar que todo esse avanço conta ainda com outro ponto importante para a visibilidade do agronegócio brasileiro que é a sustentabilidade. Ocupamos a 14ª posição no ranking mundial em emissão de carbono (420 milhões de toneladas) e quase a metade da matriz energética atual do país (47%) é derivada de recursos renováveis como o etanol, hidráulica e biomassa.

Isso sem falar no fato de termos o maior potencial hídrico do planeta (dados do portal Brasil), climatologia favorável, geografia adequada às atividades agropecuárias, 8,5 mil km de litoral, entre outros fatores naturais que nos garantem uma vocação natural à produção de alimentos e derivados do agronegócio.

Todos esses fatos embasados por números nos induzem a concluir que os setores produtivos vão muito bem, obrigado, e que as perspectivas futuras continuam a favor do agronegócio brasileiro apontando para um crescimento de 26,8% para 2021 e o mesmo índicepara 2050, ou seja, nas próximas três décadas teremos um aumento acumulado de 58,7% na produção.

Com tantos pontos positivos uma pergunta que poderia ser feita é: quais são os problemas,
então, do agronegócio brasileiro e como resolve-los, se é que os mesmos existem? Além da melhoria das políticas públicas, sempre demandada nos vários setores da economia, podemos apontar como principais desafios a serem alcançados nos próximos anos os gargalos logísticos do setor, a industrialização como ferramenta de diferenciação e competitividade mundial e a gestão do setor.

Os gargalos logísticos como vias de escoamento da produção traduzida na equivocada utilização dos modais de transporte, infraestrutura aeroportuária deficitária e ineficiente do ponto de vista estratégico, barreiras tarifárias e alfandegárias, fragilidade nas relações comerciais entre os diversos blocos econômicos existentes, entre outros, comprometem sensivelmente a competitividade do Brasil no cenário mundial.

Essas problemáticas devem ser encaradas com uma visão estratégica de longo prazo a qual deve vislumbrar soluções compatíveis com as características continentais do país utilizando como principal ferramenta a tecnologia.

A industrialização exige uma mudança nos paradigmas de comercialização dos produtos agropecuários propondo uma mudança gradativa no foco final das cadeias produtivas na qual o país deve reduzir a comercialização, mais especificamente a exportação, de commodities, aumentando a de produtos industrializados.

Além do quesito exportação, vale ainda mencionar que, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a industrialização de produtos agropecuários, mesmo que na forma minimamente processada, adiciona valor aos produtos o que pode garantir a sobrevivência de alguns setores do agronegócio e de produtores da chamada Agricultura Familiar e que certamente reverte ganhos à microeconomia nacional como um todo.
Por fim, mas não menos importante, a gestão do agronegócio ainda carece, e muito, de profissionalização. Presente em todos os elos das cadeias produtivas, os processos de gestão permeiam não somente os sistemas de produção chamados de "dentro da porteira", mas principalmente, os setores de comercialização dos produtos agroindustriais ("fora da porteira").

Ouvimos recorrentemente na mídia termos como "produção sustentável", "produtos orgânicos", "rastreabilidade", "segurança alimentar" entre outros, que são uma realidade cada vez mais presente nos mercados consumidores mais exigentes como o europeu, oriente médio e asiático. Tais terminologias e conceitos são atributos essencialmente gerenciais e administrativos como análise de mercado, comercialização tanto no mercado interno como externos, gestão da qualidade, logística, capacitação de mão de obra, etc.

Obviamente, os conceitos específicos aos diversos segmentos que compõem o agronegócio como o cooperativismo, cuidados fitossanitários, sistemas de produção agropecuário e agroindustrial e mecanização no campo são essenciais ao meio além, é claro, dos sistemas de informação diretamente envolvidos nos processos administrativos elos das cadeias produtivas, os processos de gestão permeiam não somente os sistemas de produção chamados de "dentro da porteira", mas principalmente, os setores de comercialização dos produtos agroindustriais ("fora da porteira").

Ouvimos recorrentemente na mídia termos como "produção sustentável", "produtos orgânicos", "rastreabilidade", "segurança alimentar" entre outros, que são uma realidade cada vez mais presente nos mercados consumidores mais exigentes como o europeu, oriente médio e asiático. Tais terminologias e conceitos são atributos essencialmente gerenciais e administrativos como análise de mercado, comercialização tanto no mercado interno como externos, gestão da qualidade, logística, capacitação de mão de obra, etc.

Obviamente, os conceitos específicos aos diversos segmentos que compõem o agronegócio como o cooperativismo, cuidados fitossanitários, sistemas de produção agropecuário e agroindustrial e mecanização no campo são essenciais ao meio além, é claro, dos sistemas de informação diretamente envolvidos nos processos administrativos Essas considerações são importantes para a realidade da nossa vida cotidiana, pois assim como no Brasil, a cidade de Jales e região estão profundamente intrincadas com a vocação natural ao agronegócio brasileiro. Existem significativos arranjos produtivos locais (APLs) como o frutícola, mais especificamente da produção de uva, pastoril, leiteiro, produção de látex de seringueira, hortifrutigranjeiros, entre outros, que coloca a microrregião numa posição estratégica no noroeste do estado de São Paulo o qual por sua vez desempenha um papel preponderante no cenário nacional.

Em uma palestra recente do ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Dr. Roberto Rodrigues, atual Embaixador Especial da FAO (Food Agriculture Organization) para o Cooperativismo, ministrada na região, foi ressaltado o aumento exponencial da demanda mundial por alimentos baseado nas projeções realizadas pela própria FAO onde, no cenário mais pessimista, a população mundial ultrapassaria os 10 bilhões de seres humanos até 2050.

Na ocasião foi destacado o papel primordial que o Brasil deverá desempenhar como produtor mundial de alimentos o que nos faz concluir, então, que a tríplice tecnologia aplicada ao campo, à infraestrutura logística e à gestão do agronegócio deve traçar o caminho a ser alcançado, e quem sabe, superado para as próximas três décadas.



 

 
 
 

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