Ambientalistas

Reginaldo Villazón

Em setembro de 2013, um grupo da organização não-governamental Greenpeace, a bordo do barco de bandeira holandesa Artic Sunrise, realizou um ato de protesto junto a uma plataforma petrolífera russa no Mar de Barents. A finalidade era desfraldar uma bandeira contra a exploração de petróleo no Ártico e denunciar os riscos ecológicos. O grupo foi detido pela guarda-costeira russa sob acusações que poderiam resultar em vários anos de prisão. Diante das fortes críticas internacionais, o parlamento russo anistiou o grupo em dezembro.

No início deste janeiro, membros da organização não-governamental Sea Shepherd flagraram um navio pesqueiro japonês, navegando em águas do Oceano Antártico em operação ilegal de caça a baleias. A entidade divulgou fotos do navio Nisshin Maru com três baleias mortas sobre o convés. Há lei que proíbe esta prática desde 1986, mas o Japão tem – como exceção – permissão de realizá-la para fins científicos. Porém, o objetivo comercial destes abates é tão evidente que até na capital japonesa houve manifestação de protesto.

Indivíduos, grupos e entidades ambientalistas hoje desfrutam de credibilidade e respeito porque muita gente já alcançou um bom nível de consciência sobre questões ambientais. No Brasil, onde ignorantes e gananciosos avançam sobre a grande floresta tropical, a Amazônia, surgiu um ambientalista que ganhou fama internacional, Chico Mendes (1944 – 1988). Seringueiro de profissão – homem simples, determinado e inteligente – ensinou que é necessário e possível viver dignamente sem destruir a floresta, sem extinguir suas riquezas.

Na quinta-feira (16 de janeiro), o buscador na internet Google dedicou sua página inicial a Dian Fossey (1932 – 1985) no dia do seu aniversário, em que faria 82 anos. Justa homenagem a uma mulher extraordinária. Ela nasceu em São Francisco, Estado da Califórnia, Estados Unidos. Aos 31 anos, numa viagem à África, encantou-se no contato com os animais, especialmente os gorilas. Nunca mais se desvencilhou da África e dos gorilas. Formou-se em zoologia, com foco no comportamento animal. Voltou à África para estudar os gorilas.

Embora seu interesse inicial fosse científico, acabou desenvolvendo habilidades de aproximação e convivência com os gorilas. A ciência virou um caso de amor e ela podia identificar, compreender e afagar os animais. Mas teve que enfrentar fazendeiros e caçadores que promoviam massacres impiedosos dos gorilas. Graças a reportagens da revista National Geographic, ela ganhou celebridade internacional e sua luta em favor dos grandes primatas ganhou força. Hoje, a Fundação Internacional Dian Fossey é vigorosa.

Dian Fossey foi assassinada na República de Ruanda, África, em 1985. Chico Mendes foi assassinado em Xapuri, Estado do Acre, em 1988. Percebe-se que já foi muito perigoso amar a natureza, defender as matas e os animais. Pessoas do porte de Dian Fossey e Chico Mendes inspiraram muita gente a enxergar o mundo com mais entendimento e carinho. É sempre emocionante ver cenas que envolvem humanos, feras e floresta, na qual se valoriza a fraternidade entre os filhos da mesma mãe-natureza.

Infelizmente, a ignorância e a ganância ainda persistem. Homens munidos de motosserras, armadilhas, armas, gaiolas e jaulas fazem dos mais fracos vítimas inocentes. Mas o feitiço volta contra o feiticeiro. O homem se torna vítima da sua estupidez. Na selva de pedra, o homem estúpido ataca o homem. É preciso amar os bichos e as matas para amar-se.
 
 

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