Formandos

Reginaldo Villazón

Dezembro. Para milhares de jovens no país, é tempo de conclusão do curso médio ou universitário de qualificação profissional. Para chegar a esta posição, muitas dificuldades pessoais e materiais foram enfrentadas e superadas. O apoio dos pais, o estímulo dos professores e a colaboração dos colegas foram fundamentais. Haverá muitas despedidas, mas há muito que comemorar. A conquista de uma graduação tem muitos significados. É a concretização de uma escolha, a vitória do esforço, a valorização do conhecimento, o acesso à cidadania.

A pouca experiência dos jovens sobre a vida gera momentos de inquietação sobre o futuro. E quando os adultos distraídos lhes traçam perspectivas descabidas – acima ou abaixo da realidade –, a inquietação juvenil pode virar angústia. Nenhum jovem deve esperar que seu futuro seja um sucesso espetacular ou um fracasso completo. Vai acertar, se prever que sua vida seguirá dentro da normalidade, com facilidades a serem aproveitadas e dificuldades a serem resolvidas. Vida turbulenta, como montanha russa, é para poucos.

As oportunidades de realização profissional e social no Brasil hoje são bem maiores que há vinte anos, antes da abertura econômica do país e a proliferação dos computadores, da internet e dos telefones celulares. Apesar dos debates sobre mudanças e globalização, sob o enfoque econômico, é certo que estes acontecimentos envolvem variáveis políticas, econômicas, tecnológicas, sociais e culturais. As mudanças e a globalização interferem na vida de todas as nações e pessoas, sem depender da qualidade dos seus efeitos.

O cenário mundial mostra países ricos e países em desenvolvimento, realizando investimentos em modernização da infra-estrutura, ampliação da educação, formação de especialistas, pesquisas científicas e tecnológicas, geração de novos materiais, produtos e serviços. Isto aprofunda a desigualdade entre países ricos e pobres, coloca os menos desenvolvidos na condição de fornecedores de bens e serviços secundários. No entanto, as novas tecnologias são democráticas e podem ser adotadas com sucesso também nos países pobres.

Dois conceitos importantes estão presentes nas atividades globais, com força crescente e modo irreversível: economia verde e responsabilidade social. A economia verde decorre da necessidade de preservação ambiental. Os fornecedores de bens e serviços (fazendas, indústrias, construtoras, hotéis e outros) se submetem às exigências da economia verde, adotando novos modelos gerenciais, novas práticas de trabalho e funcionários mais qualificados. O número de empregos verdes no Brasil (2,6 milhões = 6,73% do total) não pára de crescer.

A responsabilidade social se impõe nas empresas e entidades em várias formas de ação social, como projetos ecológicos, filantrópicos, educacionais, culturais e esportivos. Esses projetos estreitam o relacionamento das empresas e entidades com a sociedade. Muitas vezes, ajudam a resolver problemas criados pelo sistema econômico e outros de difícil solução. As organizações envolvidas nos projetos de responsabilidade social precisam de funcionários com formação suficiente para exercer o trabalho produtivo e ainda agir com cidadania.

As mudanças estruturais das atividades humanas e a globalização geram muitos postos de trabalho. Os avanços globais acontecem nos campos, nas indústrias e nas cidades. Energias limpas, veículos eficientes, processos de economia de matéria-prima, eliminação de desperdícios, reciclagens, prédios economizadores de água e energia, agroflorestas, técnicas biológicas de saneamento, redes integradas de produção e consumo de eletricidade. A graduação profissional de agora abre espaços para a realização de muitas outras conquistas.

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