Em se tratando da saúde pública

Por Ana Flávia e Caroline Camargo
A Organização Mundial da Saúde aponta que estar com saúde é estar em perfeito bem estar físico, mental e psicológico. Entretanto, por que este conceito não "serve" para o Brasil? Ou se serve, por que grande parte do conteúdo só fica na teoria?
É visível e preocupante a situação em que se encontra a saúde pública no Brasil: grande parte dos serviços oferecidos é de baixa qualidade e de quantidade insuficiente para atender a todos. Nós, brasileiros, que precisamos desse serviço, esperamos horas e até dias para conseguir uma consulta, almejando receber o diagnóstico precoce e o pronto tratamento, porém a única coisa que recebemos é um chá, não aquele servido em algumas clínicas particulares, mas sim aquele bem típico em hospitais públicos: o famoso "chá de cadeira" (em cadeiras que nem existem, obrigando os enfermos a esperar de pé ou sentados no chão). Eis então que surge outra dúvida e que provavelmente fica nos "trendstopics" da cabeça de muitos brasileiros "Onde está a verba destinada para investimentos na área da saúde?".
Normalmente, a única resposta que obtemos é que não há verba suficiente, explicação que está um tanto quanto vaga e abusiva diante da inocência do brasileiro, já que sabemos que sofremos com uma das mais altas cargas tributárias do planeta; a questão é que de fato existem duas doenças: a má gestão e a corrupção, consideradas até então contagiosas e que estão matando aos poucos a saúde pública e os brasileiros, principalmente os mais pobres.
Não é novidade que há falta vontade política para resolver o problema. A população está carente e necessitando de alguém imune a essas tais doenças, alguém com um olhar diferenciado, que se preocupe e que não finja sofrer de uma "cegueira crônica" diante da falta de investimentos, equipamentos e infraestrutura, alguém com capacidade para fazer uma "reanimação cardíaca" no Sistema Único de Saúde para que o mesmo passe a atuar de forma mais imponente, oferecendo ao cidadão de forma concreta um serviço de qualidade, tanto em esfera federal, estadual ou municipal.
Dedicar a vida a uma profissão seja a de administrador público, médico ou qualquer outra, certamente trará muitas responsabilidades, que devem ser exercidas de forma que traga o melhor cumprimento do Estado Democrático de Direito.
Trazer profissionais de outras regiões ou países para "taparem" buracos no Sistema Único de Saúde não é a única solução para curar a ineficiência da saúde pública em muitas localidades, tendo em vista a falta de estrutura de hospitais, clínicas e postos de saúde, onde não se faltam apenas médicos, mas remédios, leitos, entre outros.
Uma boa administração e a consciência acerca do que é público devem pertencer a todos e podem ser um dos remédios para o tratamento das doenças do SUS e para todo o país, começando através da "desalienação" da população. Até quando aceitar corrupção vai ser comum para o seu dia a dia?
*Ana Flávia da Silva Santos: Acadêmica do curso de Administração da UFMS - Câmpus de Três Lagoas (MS). nah.flavia@hotmail.com – *Caroline Leite de Camargo: ex-professora de Direito da UFMS - Câmpus de Três Lagoas (MS), Diretora do Instituto Três Lagoas de Educação Profissional – karoll_kamargo@hotmail.com

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