A UniJales na perspectiva da iniciação científica

*Silvio Lofego



A constante produção de conhecimento tornou-se imperativa numa sociedade cada vez mais efêmera, cuja velocidade das mudanças não permite mais nenhum saber estático. Mesmo os paradigmas mais consagrados e os conceitos que ainda predominam, dentro da estrutura social vigente, precisam ser constantemente reelaborados pela perspectiva do novo. Se o capitalismo tornou-se o modelo hegemônico em detrimento de outras possibilidades de vida social, não significa que as atividades de fomento a esse sistema estejam intactas. No interior da sociedade capitalista há sempre uma grande instabilidade no que concerne ao saber. O imperativo da tecnologia no desenvolvimento de todas as frentes de estudo alterou radicalmente os processos de elaboração da pesquisa.
Se os pressupostos teórico-práticos, em termos de formalidades esquemáticas, pouco se diversificaram, por outro lado, os meios ou ferramentas para construção de análise avançam a cada dia. Ao longo dos últimos anos, a internet tem ocupado um sólido espaço em todas as pesquisas, trazendo também problemas de ordem ética e, às vezes, de verticalidade no que se refere ao objeto de pesquisa. Entretanto, é óbvio que nenhuma pesquisa parece ser mais possível sem os recursos tecnológicos. Pouco a pouco, a geração científica tradicional vai cedendo espaço para a nova. Mas, superado o impacto da mudança nos usos das novas ferramentas, é hora de se reencontrar o caminho para um avanço saudável da relação ensino e pesquisa, sendo o espaço escolar o lugar onde essas questões devem ser problematizadas. Atualmente, nem mesmo o ensino médio admite uma pesquisa limitada a um amontado de informações e de sobreposição de fontes. O recorte e a análise dilatada das questões são fundamentais para uma compreensão mais ampla do objeto de pesquisa.
Neste sentido, nenhum momento é mais privilegiado para apreensão dos elementos primordiais para o desenvolvimento da pesquisa do que a Iniciação Científica. Nesse caso, é obrigação de toda instituição de ensino superior, oferecer condições que proporcionem esse aprendizado. Nenhuma formação acadêmica, na contemporaneidade, estará completa, se não contemplar a perspectiva de produção e reelaboração do conhecimento. Não é possível falar em formação, se o conhecimento for transmitido de modo engessado e que restrinja a criatividade e suas conexões com o mundo atual. Aliás, essa parece ser a tendência para todas as áreas no futuro. O estudante deverá tornar-se sujeito e objeto no seu processo de formação. Nesse caso, o professor também deve assumir cada vez mais o papel de orientador ou de mediador nas escolhas de seus alunos. Deverá continuar sendo a base irradiadora do saber, mas com a consciência de sua necessária transformação.
Desse modo, os velhos cânones deverão ceder lugar a uma interlocução entre a maturidade intelectual do mestre e os anseios do aprendiz. Assim, o ensino superior é o momento de solidificação de um caminho iniciado já nos anos finais da educação básica. O professor deverá ser o condutor de um trânsito propositivo de saberes, rumo à produção de novos conhecimentos. É por essa razão que acreditamos no Programa de Iniciação Científica da Unijales, como espaço privilegiado para se estimular o avanço da pesquisa, objetivando contribuir com a sociedade contemporânea nas suas necessidades mais prementes por novos conhecimentos.* Prof. Dr. Silvio Luiz Lofego, Diretor de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão.

Comentários