A mulher na sociedade

Por Rodrigo Souza Silva e Inês Francisca Neves Silva
Ao longo dos anos, o papel da mulher vem-se alterando e modificando a sociedade. Até pouco tempo atrás, a mulher limitava-se ao serviço doméstico. As meninas eram educadas para casar-se e exercer atividades domésticas, como lavar, passar, cozinhar e limpar, além da responsabilidade com a educação dos filhos. Brinquedos de meninas sempre foram bonecas, panelinhas, entre outros, que já traziam a mensagem do papel futuro delas.
O homem era o responsável pelo aspecto financeiro da casa, sendo visto como provedor e protetor. A mulher saía da tutela do pai e passava à tutela do esposo, reforçando a ideia de fragilidade e dependência.
Com o movimento feminista, a mulher começou a lutar por seus direitos, como o de votar, ao divórcio, à educação e ao trabalho. Após essas conquistas, com o surgimento da pílula anticoncepcional, ocorreu a liberação sexual, e o "ex-sexo frágil" conquistou o direito ao planejamento familiar, de que resultou a redução da taxa de fecundidade. No final da década de 1970, o foco das reivindicações femininas foi a luta sindical.
No âmbito profissional, também tem havido significativas mudanças. Antigamente as mulheres atuavam em atividades consideradas tipicamente femininas; eram professoras, enfermeiras, cabeleireiras, manicures e empregadas domésticas. Essas atividades ainda permanecem caracteristicamente femininas, porém as mulheres já são considerável parte da mão de obra em profissões historicamente masculinas, como, por exemplo, a engenharia e até a construção civil.
Com o crescimento da sociedade industrial, adveio o aumento da demanda de mão de obra e as mulheres passaram a ser aceitas como operárias, ajudando no complemento à renda das famílias. Essa mudança foi gradual, e hoje vemos que os rendimentos femininos são parte indispensável da renda familiar; mais que isso: muitas vezes, são "elas" as únicas responsáveis pelo sustento da casa.
As mulheres "modernas" dão grande importância à carreira e desejam primeiro estabilizar-se profissionalmente para depois casar e ter filhos, sendo poucas as que optam por dedicar-se apenas à família.
Há também as que se vêm destacando como executivas, presidentes de grandes empresas e chefes de Estado. Podemos citar a presidente da Argentina Cristina Kirchner; a chanceler alemã Angela Merkel, considerada pela revista Forbes, em 2012 como a segunda pessoa mais poderosa do mundo. Nesse cenário,não podemos deixar de citar o Brasil, um país ainda machista, que elegeu Dilma Rousseff como presidente da república, também mencionada pela revista Forbes, em 2010, como a 18ª pessoa mais poderosa do mundo, sendo a segunda mulher da lista.
Também se destacam na escolaridade, já sendo maioria nas universidades, segundo dados da União Nacional dos Estudantes (UNE),que apontam as mulheres ocupando 57% das matrículas nas universidades, e correspondendo a 60% das pessoas que chegam ao final de cursos superiores.
Além da atuação no mercado de trabalho, elas ainda acumulam funções, sendo ainda as principais responsáveis pela educação dos filhos e pelo serviço doméstico, tendo cada vez mais poder de decisão dentro da família. São elas que continuam dando geralmente a última palavra na decisão de compras, especialmente na classe C; classe social em que, conforme a Fecomércio, cerca de 70% das mulheres são responsáveis pela família.
Diante desse fato, a publicidade e o marketing das empresas estão-se voltando a este público, que acaba influenciando o mercado, como, por exemplo,o de cosméticos, que é uma área que vem crescendo a cada ano.
Apesar de todos esses pontos favoráveis conquistados ao longo do tempo, a mulher continua a sofrer com problemas que são reflexo da sociedade ainda machista, como a diferença salarial entre homens e mulheres que exercem as mesmas funções e o assédio sexual, pois, muitas vezes, os chefes tentam aproveitar-se de sua posição hierárquica e assediam suas subordinadas. Ainda assistimos,também, ao triste problema da violência doméstica, uma vez que muitos cônjuges consideram-se proprietários da parceira e a agridem, especialmente quando (e porque) não aceitam o fim do relacionamento. Hoje dispomos da "Lei Maria da Penha", que vem defender essas mulheres e punir os agressores, mas muitas ainda não usufruem desse direito porque sentem vergonha ou culpa pela agressão e deixam de denunciar.
As mulheres merecem a posição de destaque que vêm conquistando, mas não podemos esquecer que ainda é pouco, visto que suas capacidades e sua inteligência não podem ser subestimadas em comparações entre homens e mulheres. E essas conquistas já são um começo, uma vez que estamos lidando com séculos de opressão, e essa "revolução" sequer começou na parte oriental do planeta.
Fechamos esta reflexão com um trecho da música "Mulher", de autoria de Erasmo Carlos: "Dizem que a mulher é o sexo frágil / Mas que mentira absurda! / Eu que faço parte da rotina de uma delas / Sei que a força está com elas... [...]".
*Rodrigo Souza Silva: Acadêmico do curso de Ciências Contábeis da UFMS – Câmpus de Três Lagoas– rodrigo_souza_silva_@hotmail.com – *Inês Francisca Neves Silva:
Professora do curso de Ciências Contábeis da UFMS – Câmpus de Três Lagoas – ines_francisca@hotmail.com

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