Teor de flúor da água:

Está inadequado em muitos municípios paulistas

De janeiro a maio de 2013, o CROSP, em parceria com a Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas (FOP – UNICAMP), coletou amostras e estudou os teores de fluoreto da água de 105 municípios paulistas. No dia 13 de agosto, o Conselho encaminhou os resultados alarmantes às autoridades: mais da metade das cidades analisadas estava com fluoretação inadequada e fora do padrão de potabilidade, o que coloca em risco a saúde da população.
Segundo os resultados laboratoriais, a água não estava com o teor de concentração ideal do flúor para o consumo humano (de 0,6 a 0,8 mg/L) em 68% das cidades analisadas em janeiro; a irregularidade foi comprovada em 65,3% de fevereiro a março e em 59,8% em março, abril e maio. O Laboratório do Departamento de Ciências Fisiológicas da FOP – UNICAMP realizou mais de 300 coletas.
A fluoretação da água, quando utilizada na quantidade correta, combate a formação de cáries. A subdosagem, por sua vez, torna o flúor ineficaz nesse sentido, deixando a saúde bucal dos cidadãos em risco.
Essa situação foi verificada em 54 cidades na primeira coleta (janeiro), em 51 na segunda (fevereiro a março) e em 46 na última (março, abril e maio).
A superdosagem também é prejudicial. O excesso pode causar fluorose, que prejudica a formação dentária de crianças de 0 a 12 anos, alterando o esmalte e a dentina. A condição se mostrou presente na água de 24 cidades, durante o processo de coletas.
Exigindo atitudes
Diante da ameaça que essa constatação representa para a saúde da população, o CROSP encaminhou ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, por meio de ofício o relatório completo do estudo. O documento foi enviado igualmente para as Executivas da Secretaria Estadual da Saúde, Comitê Estadual de Referência em Saúde Bucal, Centro de Vigilância Sanitária, Coordenadoria de Planejamento em Saúde, Grupo Técnico de Ações Estratégicas da Secretaria de Estado da Saúde e ao Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo.
Claudio Miyake, presidente do CROSP, ressalta que os demais 540 municípios paulistas precisam passar por inspeção semelhante. "Os esforços da Odontologia para a efetiva fluoretação das águas de abastecimento resultaram em uma grande conquista, principalmente para a saúde bucal da população. Não podemos deixar que, por falta de monitoramento e fiscalização, este grande benefício seja desperdiçado."
 

Comentários