Sobre a vinda dos médicos cubanos ao Brasil

*Juliano de Matos

Com a recém chegada dos médicos cubanos ao Brasil, muitas pessoas estão se manifestando de forma contrária a chegada desses profissionais ao nosso país. Talvez essas pessoas não sabem que eles não estão vindo tomar o trabalho de ninguém. Esses médicos estão sendo contratados para atuarem em regiões remotas do nosso Brasil, regiões onde ninguém se prontifica a realizar a medicina. Não é justo regiões remotas do norte e nordeste ficarem a mercê da falta de médicos só por que nossos formandos não estão querendo largar a barra da saia da família para irem desbravar o nosso Brasil. Havendo ou não estrutura física (hospitais, ambulâncias, material de trabalho, medicamentos), é necessário primeiramente o operador, no caso os médicos!
Quando morei na Austrália eu pude ver o que o governo de lá estava fazendo para desenvolver as regiões remotas do país. Aos estrangeiros com alguma qualificação e fluência no inglês que se candidatavam ao visto de trabalho da Austrália, se optassem pelas regiões do outback (região remota, interior do país), o visto era concedido sem burocracia e com velocidade muito grande. Tenho amigos agrônomos que estão com visto permanente por que estão ajudando a desenvolver fazendas neste outback. Em minha passagem por lá, também pude conhecer alguns enfermeiros estrangeiros que estavam desenvolvendo o trabalho nas regiões remotas por que nenhum australiano se prontificava a mudar para essas regiões.
Na minha passagem pelos Estados Unidos, a quantidade de ‘’Green Card’’ concedidos a estrangeiros que se prontifiquem a desenvolver trabalhos ‘’não gratos’’ por americanos, como trabalho em fazendas, limpeza, segurança dentre outros, era enorme. Na Suíça, país com fronteiras fechadas a União Europeia, eles abrem suas fronteiras para estrangeiros que se prontifiquem a trabalharem em certos postos de trabalho que os suíços não se prontificam a desenvolver, como nas fazendas.
Então amigos, vamos refletir sobre a importância desses médicos e o que eles vão contribuir para o nosso país. Nenhum médico brasileiro vai deixar de ganhar, ninguém vai ser trocado por cubano. Mas as regiões que não possuem assistência médica alguma é que vão ganhar com isso.
O norte e nordeste do nosso Brasil está carente totalmente de profissionais qualificados. Advogados, enfermeiros, engenheiros, contadores, administradores, agrônomos, veterinários, dentre outras profissões estão em total escassez no norte e nordeste. Há possibilidades de emprego imediato e bem remunerado, mas dificilmente jovens profissionais do sul e sudeste tomam a decisão de fazer esta mudança.
Aos médicos cubanos, sejam bem-vindos!
*Juliano Valério de Matos Mariano, Graduando do 10º semestre em Direito na UniCastelo em Fernandópolis.

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