A fé em movimento

Adelvair David
 
Naturalmente, por um efeito do comodismo, é comum ouvir-se:
Eu tenho fé em Deus e isto é tudo.
É tudo mesmo, porque em principio, este pensamento isenta a pessoa de qualquer outro comprometimento. Não lhe tira da zona de conforto onde se encontra. O que é curioso é que a mesma boca que professa crer em Deus aceita o álcool que lhe absorve a dignidade, que lhe destrói a família, as amizades, o trabalho... Muitos dos que assim alardeiam permitem a palavra vã, o verbo depreciativo a respeito da vida dos seus irmãos, a crítica sistemática por mero capricho, a mentira a respeito das almas honradas sem a menor preocupação, a piada pesada criando quadros mentais negativos nos ouvidos incautos... Assim, crer em Deus é comodismo eleito e preferido.
Muito se fala da fé, porém, asseverou Jesus o nobre e amoroso mestre Galileu: "A fé sem obras é morta". Assim ensinou Ele para que o homem pudesse refletir e entender que a fé dever ser acompanhada de mudanças significativas de sentimento e comportamento; ela deve mover na criatura humana o desejo ardente de fazer o bem sem limites, o quanto lhe seja possível; alterar-lhe as direções moralmente erradas de modo a que não crie para si mesmo indignidades, sem o qual não seria fé. Ele mesmo, o Senhor, não deixou de exemplificar. Afirmou que era uno com Deus, demonstrou com a Sua vida que os propósitos divinos estavam Nele. Ensinou o amor verdadeiro e não perguntou a ninguém sua origem, sua crença, a posição social ocupada, e ensinou que todos os homens são irmãos. Para que a lição pudesse ser apreendida por todos sem qualquer dúvida, deu a própria vida de uma forma como jamais alguém fez... Nunca houve amor maior.
Portanto, a fé para ser proveitosa deve ser operante, ativa; deve vir chancelada pela nobreza das atitudes, pensamentos e palavras e do verdadeiro desejo de ser melhor. Ensina-nos o evangelho sob a ótica espírita que Deus não aceita um esboço imperfeito de virtude na sua criatura. Urge viver-se a Boa Nova trazida por Jesus naqueles tempos tão difíceis, não muito diferentes dos tempos de hoje, onde mesmo com muito progresso material, tecnológico e até moral, o homem ainda perambula pelos mesmos campos de enganos que não foram abandonados e que somente uma fé robusta pode lhes alterar a trajetória enganosa.
É momento de orarmos juntos, trabalharmos juntos para que o reino de amor e justiça do qual nos falou o Senhor possa ser implantado definidamente na terra, sobretudo em nossos corações.
SEJAM AS NOSSAS AÇÕES A CONFIRMAÇÃO DA NOSSA FÉ.

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