O descaso com a saúde pública no Brasil

Por Ariane Priscila de Souza Toledo e
Vanessa C. L. Casotti Ferreira da Palma
O Sistema Único de Saúde, conhecido como SUS, é mantido através dos recursos arrecadados pelos tributos pagos por todos os cidadãos. Assim, a população brasileira, independentemente da sua classe social, tem o direito de utilizá-lo.
No entanto, esse sistema é cercado de grandes precariedades, cujas vítimas são, comumente, pessoas que se encontram em estado de saúde grave, pois as ineficácias do atendimento nos hospitais públicos agravam ainda mais seu quadro clínico.
Recentemente, ocorreu um caso que sensibilizou todo o Brasil: o da menina Adriele dos Santos Vieira, de 10 anos de idade, que foi atingida na cabeça por uma bala perdida e esperou mais de 8 horas para ser operada O motivo foi a falta do neurocirurgião no plantão hospitalar naquela noite no Hospital Municipal Salgado Filho. Adriele veio a óbito dias depois do ocorrido. Assim como aconteceu com a menina Adriele, acontece diariamente com outras pessoas que utilizam o sistema de saúde pública e que acabam se tornando vítimas pelas falhas e negligências do Sistema de Saúde do Brasil.
É importante destacar algumas problemáticas com relação à demora nos atendimentos nos postos de saúde. Observa-se que para a realização de exames médicos básicos, ou até mesmo para marcar uma consulta médica no pronto socorro, as pessoas tem que enfrentar longas filas e lá passar a madrugada para poder conseguir pegar um número que é distribuído até um certo limite e, após sua entrega, quem não conseguiu atendimento tem que esperar por um "encaixe", ou seja, aguardar por uma possível desistência daqueles que conseguiram pegar o número para ser atendido.
A aparência de falta de soluções é emergente. Faltam médicos especializados, há demora nos atendimentos, medicação e leitos são insuficientes para atender toda a demanda, resultando no óbito de diversos pacientes. Além dos hospitais em situação de construção lamentável e com péssima higienização, possuindo alto risco de transmitir infecções hospitalares generalizadas aos seus pacientes.
É a triste realidade que o povo carente enfrenta quando recorre aos SUS. Até quando essa deprimida realidade irá continuar a existir? Altos índices de tributo são pagos anualmente pelos cidadãos brasileiros e é ínfimo o valor da verba repassada para a saúde pública, que não chega a suprir por completo as reais necessidades da população.
Até quando continuaremos a conviver com essa indiferença?
A principal desculpa que ouvimos diariamente dos governantes é que o Brasil não possui recursos suficientes para atender de forma geral a toda a população carente.
Por meio de várias desculpas, observa-se que é inevitável a falta de percepção e ação dos nossos governantes, que deveriam falar menos e investir mais em obras que façam toda a diferença e que atendam de forma ampla toda população do BRASIL, que só é lembrada na hora do VOTO, onde os políticos fazem promessas de melhora com relação à saúde pública e à educação, mas que não são levadas adiante após sua reeleição ou eleição, sendo totalmente esquecidas.
Ariane Priscila de Souza Toledo
: Acadêmico do Curso de Direito da UFMS – Campus de Três Lagoas.
Vanessa Cristina Lourenço Casotti Ferreira da Palma: Professora do curso de Direito da UFMS – Campus de Três Lagoas.

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