Facip 2013 Roteiro de um fracasso previsível

Vereadores:
Gilberto Alexandre de Moraes (DEM), Jesus Martins Batista (DEM), Luis Fernando Rosalino (PT), Nivaldo Batista de Oliveira (PT), Pérola Maria Fonseca Cardoso (PT)  e Rivail Rodrigues Júnior (PSB)
Ainda em 2012 vereadores ligados à Prefeita impediram a aprovação de projeto de lei na Câmara Municipal que autorizava a terceirização da FACIP, uma experiência que ajudava as entidades e que deu certo, sem nenhum custo para o Município.
Durante o Governo de Transição a equipe da Prefeita eleita não se interessou em discutir o assunto FACIP.
Recém-empossada a Prefeita anuncia uma mega FACIP, em moldes comprovadamente equivocados, que sofreram questionamentos imediatos, pois a proposta poderia resultar em problemas graves no futuro. As dificuldades foram se sucedendo desde então e resultou no previsível cancelamento da FACIP, na última hora.
Contratos com artistas foram divulgados, bem como a grade de shows. Outros contratos começaram a ser comentados informalmente, mas se garantia que tudo estava para ser contratado via licitações. Agora se fala abertamente, inclusive na tribuna da Câmara de Vereadores, que contratos foram realizados, que multas por contratos não cumpridos terão que ser pagos, enquanto aos vereadores e à população se garantia que tudo seria feito com transparência.
Mesas e camarotes foram colocados à venda e, após dois dias, foi informado que tudo já estava vendido, gerando uma série de protestos, pois muitos frequentadores tradicionais não tiveram a oportunidade de adquirir os seus. Semanas depois, a informação foi de que mesas e camarotes continuavam disponíveis para a venda.
À Câmara foi enviado um Projeto de Lei que previa uma FACIP com custo de R$2,3 milhões e uma receita de igual valor, mas que, segundo a Comissão Organizadora, a receita estaria subestimada, o que garantia lucro para a festa. A Comissão, questionada pelos vereadores sobre os valores das receitas previstas, acabou reconhecendo seu erro e reajustou preços de mesas e camarotes. O reajuste dos preços, inclusive os já reservados, gerou nova onda de insatisfação.
O projeto dos R$ 2,3 milhões de reais, rejeitado pela Câmara, na prática, autorizava a prefeita a sacar dos cofres públicos os recursos necessários para cobrir o rombo da festa que, segundo estimativas, poderia superar R$ 500 mil, sem nenhuma responsabilidade para seus organizadores.
Nas análises de pessoas experientes em conduzir FACIP, o risco de prejuízo da festa continuava muito grande, mas ao mesmo tempo se prometia para as entidades a divisão de lucros quase impossíveis de ser alcançados.
Finalmente chegou um último projeto que alterava lei municipal e a forma de realização da FACIP. O Projeto chegou para a apreciação da Câmara a 12 dias do início da FACIP. Era a demonstração clara da falta de planejamento, de organização, de uma grande aventura. Diante de um quadro desses a maioria dos vereadores não aprovou a tramitação do Projeto de Lei em regime de urgência especial. Esta tramitação não dá tempo para discussão e de esclarecimentos que se faziam necessários, considerado que, ao longo de todo processo de discussão da FACIP 2013, versões contraditórias dos próprios organizadores, da Prefeita, afirmações e desmentidos foi o que mais ocorreu, tal com se sucedeu no próprio dia do envio do Projeto de Lei à Câmara Municipal, quando o Presidente da Comissão Organizadora da FACIP declarou no rádio que a realização da festa não dependia da votação do Projeto de Lei, expondo mais uma vez as contradições e trapalhadas.

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