Edinho pauta expansão de vagas em cursos de medicina com Mercadante

A expansão no número de vagas nos cursos de medicina no Brasil foi um dos principais assuntos tratados pelo deputado estadual Edinho Silva (PT) com o ministro da Educação Aloizio Mercadante. O ministro foi recebido por Edinho e demais parlamentares na última segunda-feira (11), em Audiência Pública, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Participaram da atividade prefeitos, vereadores e lideranças de movimentos sociais ligados à Educação.
Edinho, que também é presidente do PT do estado de São Paulo, destacou a iniciativa do Governo Federal em abrir 2,4 mil vagas em cursos universitários de medicina no país. Para ele, a falta de médicos para atender o SUS (Sistema Único de Saúde) e a necessidade de expansão dos Cursos de Medicina estão sendo tratadas com muita coragem pela presidenta Dilma Rousseff.
"Tivemos uma expansão dos PSF (Programas de Saúde da Família) no Brasil e isso é louvável. Porém, demandou mais médicos e outros profissionais. Há um problema estrutural e todos os municípios sofrem com isso", disse Edinho, ao parabenizar o governo que, de forma correta, está enfrentando esse debate na sociedade. "Temos mesmo que criar condições para que o Brasil tenha médicos para atender o aumento da oferta dos serviços do SUS".
De acordo com Mercadante, a ampliação das ofertas em cursos de medicina foi pensada em conjunto com o Ministério da Saúde e pretende mudar a relação de médicos por mil habitantes no país, calculada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2009. O Brasil possui uma média de 1,8 médicos para cada mil habitantes. Esse número nos Estados Unidos é de 2,4; no Reino Unido, 2,7; na França, 3,5 e em Cuba chega a 6,9.
O Governo prevê a abertura de 1,6 mil vagas em universidades públicas e 800 em faculdades particulares. Para implantar as novas vagas, o ministro prevê a contratação de 1.618 professores por meio de concurso e o investimento de R$ 399 milhões em infraestrutura.
Cotas
– O deputado Edinho Silva também propôs um debate mais aprofundado na Assembleia sobre a política de cotas e ações afirmativas do Governo. Para ele, existe conservadorismo e até preconceito por causa da desinformação. "Não adianta o Brasil incluir mais de 40 milhões de brasileiros, tirando-os da miséria. Temos também que romper com o ciclo vicioso da exclusão e, na minha avaliação, só a educação pode promover isso", defendeu. O parlamentar ainda sugeriu a formatação de materiais dando ênfase aos resultados da política de inclusão do governo Dilma, além da abertura de um debate sobre cotas com mais força na Assembleia Legislativa do Estado.
A política de cotas foi instituída pela Lei 12.711, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em agosto do ano passado. No Congresso Nacional, a proposta foi aprovada por unanimidade. Em quatro anos, 50% das vagas nas universidades federais serão destinadas aos estudantes de escola pública, também levando em conta recorte de renda e racial. Já este ano, no mínimo 12,5% das vagas têm que ser reservadas para a Lei de Cotas.
"A maioria das universidades já tinham políticas afirmativas exitosas, porém agora temos um modelo único para todos os cursos, gerando um estímulo e melhora na educação pública", salientou Mercadante. Segundo o ministro, a lei é essencial, já que 88% dos estudantes do ensino médio são oriundos de escolas públicas. "O Prouni mostra que os alunos têm desempenho bom, só precisam de oportunidades. O topo do ensino público tem melhor desempenho que a média da escola privada", afirmou.
Inclusão dos mais pobresDurante audiência, Mercadante salientou que todas as fases da Educação têm sido contempladas pela política educacional do Governo Federal, a começar pelas creches. Em 2000, 9,4% das crianças brasileiras frequentavam creches. Em 2010, esse índice já havia subido para 23,6%. No momento, estão em planejamento 2.171 creches e, em construção, 2.565.
O ministro explicou que o acesso à creche é fundamental, principalmente para as crianças mais pobres, uma vez que nessa fase são desenvolvidos processos cognitivos que serão determinantes para toda a vida.
Mercadante também falou sobre a educação em período integral, que colocou como fundamental para o desenvolvimento, como já demonstraram outros países. Outra meta deste governo é alfabetizar as crianças até os oito anos de idade; para isso há um investimento na formação do professor em parceria com as universidades federais.
No ensino médio, o desafio tem sido diminuir a evasão escolar. Mercadante afirmou que o MEC quer uma grade curricular que atraia mais o aluno e escolas mais voltadas à inclusão digital.
Com relação ao Enem, o ministro disse se tratar do segundo maior exame do mundo, com criteriosa correção, além de transparente. O Enem é a porta de entrada para outros programas de acesso à universidade, como Prouni, Sisu, Fies e cotas. Todos esses programas garantiram que jovens antes excluídos chegassem à universidade

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